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Carga Viral



O que é um tumor?
04/10/2010

O corpo humano é formado por células, as quais nascem, crescem e morrem de forma controlada, sendo substituídas por novas células, porém, por alguma razão novas células podem nascer de forma imprevista, antes de a célula antiga morrer, assim, a nova célula cresce por cima de outras células formando uma massa de tecido que passa a ser chamado de tumor.

Um tumor pode ser benigno (não canceroso) ou maligno (canceroso). As células dos tumores malignos são anormais e se dividem sem controle ou ordem, podendo invadir e danificar tecidos e órgãos, ainda, podem se espalhar formando tumores em outras partes do corpo (metástases).

Os patologistas classificam o grau de um tumor observando no microscópio uma amostra retirada por meio de uma biopsia, o grau de dado conforme a formação de células "anormais" e a velocidade com que o tumor pode crescer e se multiplicar. Para cada tipo de câncer existem critérios específicos de avaliação.

O grau de um tumor não deve ser confundido com a fase em que se encontra o câncer. A fase do câncer é referente à extensão ou severidade do câncer, baseado em fatores como o local do tumor primário, o tamanho, o número de tumores e a expansão linfática do tumor.

O importante ao se diagnosticar um tumor é não se desesperar. Ter diagnosticado um tumor não é uma sentencia de morte. O tumor pode ser benigno, o que não causa problema algum ou, pode ser maligno, sendo que então, na maioria dos casos tem tratamento. Hoje aproximadamente 80% dos tumores malignos, cancerosos, são curados quando diagnosticados nas primeiras fases. O importante é o diagnostico precoce.
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Importância de realizar a carga viral em jejum
30/04/2012

O ciclo de replicação do vírus da hepatite C está intimamente associado com o metabolismo lipídico das células (gordura das células). Já foi demonstrado que uma refeição gordurosa provoca flutuações pós-prandiais (duas horas após a refeição) aumentando a carga viral.

Os pesquisadores investigaram a influencia da dieta sobre os níveis de carga viral, na forma de dieta de alimentos e, também, na administração intravenosa de gordura. Na alimentação foi utilizado um milk shake preparado com gordura e para o teste intravenoso gorduroso foi utilizado o medicamento Intralipid®.

No estudo foram incluídos 23 pacientes infectados com o genótipo 1 da hepatite C, 8 com o genótipo 3 e 1 paciente infectado com o genótipo 4. Todos tinham fibrose avançada em nível F4 pela escala Metavir.

Os testes ao receber alimentação gordurosa foram realizados em 25 pacientes e os testes com aplicação intravenosa de gordura em 17 pacientes. Destes, 14 pacientes receberam sequencialmente gordura oral e intravenosa. Após uma hora da ingestão de gordura oral ou intravenosa os níveis de triglicerídeos aumentaram em todos os pacientes.

Após a refeição oral ou intravenosa foi observada, uma hora após, um aumento considerável da carga viral do vírus da hepatite C em 80% dos pacientes, chegando a um aumento de até 100% em alguns casos.

Concluem os pesquisadores que na maioria dos infectados com o vírus da hepatite C a carga viral e os triglicerídeos aumentam após a ingestão oral de alimentos gordurosos ou administração intravenosa de gordura, com variações consideráveis em alguns pacientes.

Recomendam os pesquisadores diante do resultado do estudo, que a medição da carga viral do vírus da hepatite C deveria ser realizada em jejum. Isso pode ser de fundamental importância para avaliar pacientes em tratamento com inibidores de proteases.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Effects of dietary and intravenous lipid load on hepatitis c virus concentration in serum and lipid-subfractions - K. Rutter, H. Hofer, S. Beinhardt, T.M. Stulnig, R. Strass, A.F. Stättermayer, T. Popow-Kraupp, M. Trauner, P. Ferenci - EASL 2012 - Abstract 9870
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Entendendo os resultados da carga viral na evolução do tratamento na hepatite C
02/07/2012

Durante o tratamento da hepatite C o único exame que realmente serve para saber se os medicamentos estão conseguindo vencer o vírus é a carga viral. Conheça quais são os momentos importantes no resultado da carga viral.

Resposta virológica rápida - RVR: É quando o vírus se encontra indetectável (negativo) na semana 4 do tratamento. É considerado o melhor indicativo de um provável sucesso completando o tratamento.

Resposta virológica estendida - eRVR: É quando o paciente que obteve a resposta virológica rápida na semana 4 do tratamento, ainda permanece indetectável na semana 12 do tratamento.

Resposta virológica precoce - RVP ou EVR: Redução de da carga viral em 2 log ou mais na semana 12, quando então é considerada uma "resposta virológica parcial" ou aqueles que ainda estavam positivos na semana 4 e na semana 12 se encontram indetectáveis, quando então é considerada uma "resposta virológica completa".

Resposta virológica lenta - RVL ou DVR: Pacientes que na semana 12 ainda se encontravam com carga viral, mas na semana 24 do tratamento o vírus está indetectável.

Resposta ao final do tratamento - RFT ou EOT: Carga viral indetectável no final do tratamento

Recidivante ou Relapso: Pacientes que ao finalizar o tratamento se encontravam indetectáveis e o vírus volta a estar presente nos próximos seis meses.

Resposta Virológica Sustentada - RVS ou SVR: Paciente que permanece indetectável (negativo) na carga viral seis meses após o final do tratamento. É considerada a cura da hepatite C.

EM TEMPO: Em pacientes fora do tratamento a carga viral não serve para avaliar o estado clínico do paciente, pois carga viral não é um indicativo da agressividade do vírus ou do dano existente no fígado.

Na hepatite C a carga viral somente serve para acompanhar e monitorar o tratamento.

Carga viral fora do tratamento é muito importante na AIDS e na hepatite B, quando uma alta carga viral indica uma maior gravidade.

Na hepatite C a carga viral pode ser alta ou baixa que isso não indica absolutamente nada. Uma carga viral baixa na hepatite C indica maior possibilidade de cura com o tratamento, já uma carga viral alta indica um percentual menor na possibilidade de cura. Somente para isso serve a carga viral antes do tratamento.
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Carga Viral Negativa é igual a Carga Viral Indetectável?
26/08/2013

Existem dois métodos de PCR, o quantitativo e o qualitativo para determinar a presença do vírus da hepatite C no organismo. No qualitativo o resultado e simplesmente dado como "positivo" ou "negativo", em alguns casos aparece como "indetectável".

No teste quantitativo o resultado quando positivo é expresso por um número que mostra a quantidade de unidades internacionais do vírus encontradas em 1 mililitro de sangue, o número do resultado é seguido de: IU/ml.

Mas todo teste PCR, seja o qualitativo ou o quantitativo necessita de uma quantidade mínima de unidades virais para conseguir detectar o vírus, é a chamada sensibilidade do teste.

Existem diferentes marcas comerciais de testes e cada uma delas apresenta uma sensibilidade diferente, valor esse que sempre deve constar no resultado do exame para que seja possível se conseguir fazer uma boa interpretação.

Entre os testes atualmente mais empregados existem testes com sensibilidade de 15 IU/ml e de 25 IU/ml.

Então, se a carga viral se encontra acima desses valores o resultado é "positivo", isto é, o vírus se encontra no organismo do paciente. Mas se o resultado é "negativo" ou "indetectável" não existe segurança para se afirmar que o paciente está curado da hepatite C, pois poderá existir entre uma unidade do vírus e o mínimo necessário para o teste o encontrar, que podem ser 15 ou 25 dependendo da sensibilidade do teste empregado.

É por esse motivo que ao finalizar o tratamento deve se aguardar seis meses para realizar uma carga viral para então confirmar o resultado do tratamento. Se o resultado após esses seis meses continua "negativo" ou "indetectável" então se considera que o paciente conseguiu a resposta sustentada, que é considerada a cura da hepatite C.

Devido a rápida replicação do vírus da hepatite C esses seis meses são mais que suficientes para, que caso um vírus, tenha ficado no organismo tenha condições suficientes para se multiplicar e for novamente detectado quando da realização da carga viral. Nesses casos o tratamento não conseguiu o sucesso esperado e o paciente recidivou, continuando infectado com o vírus da hepatite C.
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Carga Viral abaixo de 400.000 é excelente prognostico de cura da hepatite C
06/11/2006

A carga viral na hepatite C tem por função monitorar o tratamento (lamentavelmente alguns médicos ainda pensam erroneamente que ela serve para avaliar a gravidade da doença) servindo também, conforme novos estudos atestam, como um valor prognostico sobre a possibilidade de sucesso com o tratamento, para poder calcular a duração do tratamento e, ainda, calcular a possibilidade de recivida do vírus após o tratamento.

Até recentemente se estimava que o valor de 800.000 UI/ML era o limite para definir um paciente com carga viral alta ou baixa, conforme ele se estivesse abaixo ou acima deste valor. Novos estudos mostram que este não é um valor confiável para decidir sobre a decisão do tratamento e estimar a possibilidade de sucesso.

Estudo realizado na Alemanha e apresentado no ultimo sábado no 57° AASLD demonstra que a carga viral não somente pode mostrar a possibilidade de sucesso com o tratamento como também pode estimar antecipadamente qual será a possibilidade de recivida do vírus em determinado paciente.

No estudo foram incluídos 455 pacientes de 13 centros médicos da Alemanha, todos infectados com o genótipo 1 e que foram tratados com Pegasys 180 mcg por semana e 800 mg por dia de Ribavirina. 230 pacientes foram tratados por 48 semanas e 225 durante 72 semanas.

Os pacientes com carga viral antes do tratamento abaixo de 400.000 conseguiram uma resposta sustentada de 70% e os que apresentavam uma carga viral acima de 400.000 antes do tratamento conseguiram uma resposta sustentada de 46%.

Se fosse usado o criterio anterior para identificar pacientes com baixa ou alta carga viral se utilizando as 800.000 UI/ML os que se encontravam abaixo deste valor conseguiram 58% de resposta sustentada contra 45% dos que se encontravam acima dele.

Analisando os pacientes tratados por 72 semanas, o valor da carga viral de 400.000 UI/ML servia perfeitamente como valor prognostico já que 66% dos que se encontravam abaixo dela conseguiram a resposta sustentada contra 48% dos que se encontrava acima. Ao se utilizar o valor da carga viral de 800.000 UI/ML estes mesmos percentuais eram de 57% e de 48%.

Em relação ao numero de pacientes que recidivam o vírus após acabar o tratamento negativados as diferenças são ainda maiores. No grupo de 400.000 UI/ML tratado por 72 semanas a recidiva foi observada em 6% dos que se encontravam por baixo da carga viral e em 29% dos que se encontravam acima. Ao se considerar uma carga viral de 800.000 UI/ML como limite a recidiva era de 17% nos que estavam abaixo do valor e de 29% nos que estavam acima dele.

No grupo de 800.000 UI/ML tratado por 48 semanas a recidiva foi observada em 15% dos que se encontravam por baixo da carga viral e em 36% dos que se encontravam acima. Ao se considerar uma carga viral de 800.000 UI/ML como limite a recidiva era de 24% nos que estavam abaixo do valor e de 36% nos que estavam acima dele.

Concluem os autores que na carga viral o valor de 400.000 UI/ML possui um poder estatístico muito superior para prognosticar a possibilidade de cura de um paciente e, ainda, estimar a possibilidade de recidiva do vírus após um tratamento aparentemente bem sucedido nos pacientes infectados com o genótipo 1 do vírus da hepatite C.

MEU COMENTÁRIO:

É altamente desanimador e em muitos casos frustrante, causando profunda depressão, não conseguir a cura após um sofrido tratamento ou, ainda pior, quando após completar o tratamento negativado, o PCR dos seis meses após o tratamento aparece novamente com o vírus detectado.

O tratamento do genótipo 1 da hepatite C apresenta resultados medíocres e menos da metade dos tratados conseguem sucesso. Em geral o paciente entra no tratamento com pouca informação por parte do médico quanto a sua real possibilidade de cura. Não logrando a cura aparece a desilusão.

A importância deste estudo, ao qual pessoalmente bato palmas, conseguira informar ao paciente antes de iniciar o tratamento que sua possibilidade de cura será maior ou menor dependendo da carga viral que existir antes do inicio do tratamento. Ainda, finalizado o tratamento e estando negativo, ele poderá ser informado que ainda existe um determinado percentual de possibilidades de recidiva do vírus.

São dados que em nada irão mudar o resultado final, mas um paciente ciente da sua real possibilidade, informado corretamente, terá uma reação muito menos negativa caso não consiga a cura da doença, permanecendo então com um aspecto emocional em melhor estado.

O individuo que se encontra do outro lado da mesa do médico pode estar lá a procura da cura da hepatite C, mas o médico não deve enxergar só uma "caixinha" com vírus, ele deve ser suficientemente sensível para ver um ser humano integral, complexo, o qual, dependendo das expectativas e resultados passará a ter uma qualidade de vida melhorada ou piorada, conforme o resultado final. Neste sentido não é só o tratamento que deve ser estimado e sim a informação que será fornecida para preparar psicologicamente o paciente para um eventual fracasso do tratamento.

A informação é um dos melhores medicamentos que já foram inventados. Pena que muitas vezes ela não seja empregada!

Finalizando, a boa notícia desta pesquisa é que fica comprovado que a menor carga viral antes do tratamento a possibilidade de cura e muito superior, vemos então que quando chegarem ao mercado os inibidores de proteases, os quais têm a particularidade de baixar a carga viral a níveis próximos de zero, a resposta ao tratamento será infinitamente maior. Afortunadamente as pesquisas dos inibidores estão adiantadas e falta muito pouco para eles chegarem ao mercado.

Fonte:
T Berg, M von Wagner, H Hinrichsen, and others. Definition of a pre-treatment viral load cut-off for an optimized prediction of treatment outcome in patients with genotype 1 infection receiving either 48 or 72 weeks of peginterferon alfa-2a plus ribavirin. 57th AASLD. October 27-31, 2006. Boston, MA. Abstract 350.
Centros médicos partcipantes:
Charite, Berlin, Germany, Universitätskliniken des Saarlandes, Homburg, Germany; Christian-Albrecht-Universität, Kiel, Germany, Heinrich-Heine-Universität, Düsseldorf, Germany; Universitätsklinik Eppendorf, Hamburg, Germany; Universität zu Köln, Köln, Germany; Medizinische Universitätsklinik, Freiburg, Germany; Klinikum Grosshadern, München, Germany; Medizinische Universitätsklinik, Bochum, Germany; Universitätsklinik Heidelberg, Heidelberg, Germany; Klinikum der Universität Würzburg, Würzburg, Germany; Medizinische Einrichtung der Rh. Fr. Wilhelms Universität Bonn, Bonn, Germany; Roche Grenzach, Grenzach, Germany.
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A maior carga viral maior possibilidade de morte na hepatite C
20/07/2009

Um estudo realizado no Japão, publicado na edição on-line de Hepatology, acompanhou desde o ano de 1995 um total de 1.125 pacientes infectados com hepatite C que na ocasião apresentavam ANTI-HCV positivo, sendo que 758 (67,4%) apresentavam carga viral e 367 (32,6%) estavam negativos, seja por cura espontânea ou por efeito do tratamento.

Após 10 anos foram verificadas 231 mortes nesse grupo (não foi informada no abstract a idade dos pacientes incluídos no estudo) sendo que 176 mortes aconteceram no grupo que apresentava carga viral e 55 mortes no grupo que estava negativo (indetectável).

O resultado indica a importância do tratamento, de tentar negativar a carga viral conseguindo a cura, pois com isso se evita de forma considerável a possibilidade de morte do infectado. Entre os infectados que apresentavam carga viral 23,2% faleceram no período do estudo, contra somente 15% no grupo que se encontrava curado da hepatite C. O grupo com carga viral apresentou uma possibilidade de morte 54,6% superior que o grupo dos pacientes curados da hepatite C.

O total de mortes não apresenta diferença estatística sobre as causas de mortes não relacionadas ao fígado, assim, as causas das mortes por motivos não relacionados ao fígado eram similares entre os dois grupos. A diferença na totalização foi ocasionada por mortes relacionadas diretamente a doença no fígado.

Muitas vezes afirmei que não todos os infectados devem ser tratados, já que a progressão natural da doença e lenta e, provavelmente a maioria vai morrer de velhice e não pela hepatite C, mas quando vejo os números deste estudo e quando já sabemos que um em cada quatro infectados não diagnosticados e por tanto sem tratamento perdem 17 anos de expectativa de vida, morrendo em media aos 56 anos, confesso que a minha opinião ao respeito da doença e do tratamento está mudando rapidamente e que provavelmente passarei a considerar a recomendação de tratar todos os infectados, sem considerar a progressão da doença.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Hepatology 2009 - Increased rate of death related to presence of viremia among hepatitis C virus antibody-positive subjects in a community-based cohort study - Uto H, Stuver SO, Hayashi K, Kumagai K, Sasaki F, Kanmura S, Numata M, Moriuchi A, Hasegawa S, Oketani M, Ido A, Kusumoto K, Hasuike S, Nagata K, Kohara M, Tsubouchi H.
Department of Digestive and Life-style related Disease, Health Research Human and Environmental Sciences, Kagoshima University Graduate School of Medical and Dental Sciences, Kagoshima, Japan.
PMID: 19585614 [PubMed - as supplied by publisher]
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A Carga Viral indica a progressão do dano hepático na hepatite C?
23/10/2006

O texto a seguir faz parte de um editorial da revista Hepatology do mês de dezembro de 2005, escrito pelos Dres. T. Heller e L. B. Seeff do National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos os quais comentam um estudo publicado na mesma edição por um grupo de pesquisadores coordenados pelo Dr. Hisada (Hepatology. 2005 Dec; 42(6):1261-3. - Hepatitis C virus load and survival among injection drug users in the United States) no qual são realizadas algumas colocações sobre a importância da carga viral da hepatite C em usuários de drogas que morreram por causa da falência hepática.

O artigo do Dr. Hisada da a entender que pode existir uma forte associação entre o nível da carga viral do HCV e a falência do fígado (End stage liver disease - ESLD) ao relatar que abaixando a carga viral do HCV parece diminuir o avanço do dano ao fígado, ainda nos casos em que o vírus não é totalmente eliminado.

O artigo chamou a atenção dos editores já que mostra discrepâncias quanto à importância da carga viral na hepatite C em relação a outros estudos existentes. Esta discordância pode estar relacionada com uma interpretação dos dados já que todos os pacientes do estudo do Dr. Hisada eram usuários de drogas injetáveis, alguns se encontravam imuno suprimidos por co-infecção com o HIV ou com o HTLV II e outros possivelmente por fatores peculiares para esta população, como infecções adicionais, comorbidades ou déficits nutricionais. Em contraste, a maioria dos outros estudos publicados sobre a importância da carga viral do HCV na progressão do dano ao fígado envolviam pacientes com uma menor probabilidade de comprometimento do sistema imune do organismo.

É perfeitamente compreensível que uma maior carga viral pode resultar de um sistema imunológico reduzido, o qual pode ser o responsável pela progressão da destruição do fígado. O próprio estudo do Dr. Hisada destaca que o vírus da hepatite C não é considerado um agente citopático (o seu número não tende a diminuir pela ação do próprio vírus) corroborando assim estudos anteriores que indicam que não é a carga viral e sim o sistema de defesa do organismo (o sistema imune) o responsável por induzir, ou não, a progressão da doença.

Os autores do editorial colocam como evidencias adicionais que outros grupos de pacientes infectados com a hepatite C que também são imuno suprimidos, como os co-infectados com o HIV e os transplantados de rim ou fígado apresentam uma carga viral elevada junto a uma probabilidade maior de progressão acelerada do dano hepático. Desse modo a diminuição da atividade do sistema imune poderia ser o responsável por ambas as condições, a carga viral elevada e a progressão acelerada da doença. Deste modo o ponto central em questão passa a ser a diferença entre causa e efeito.

Esclarecem os autores do editorial que, entretanto a pesquisa do Dr. Hisada não pode ser ignorada e possui importância em relação à indicação de tratamento, porém, parece ser ainda prematuro se recomendar a terapia com o simples objetivo de se conseguir uma redução pura e simples da carga viral do HCV a fim de prevenir ou reduzir o dano ao fígado até que pesquisas adicionais sejam realizadas utilizando consecutivos resultados de carga viral e repetidas biopsias de fígado em grupos consideráveis de pacientes.

MEU COMENTÁRIO:

A importância do editorial da revista Hepatology demonstra o desnecessário que é realizar testes de carga viral em pacientes com hepatite C que não se encontram em tratamento.

É normal encontrar na pratica médica casos de pacientes com baixa carga viral que já se encontram com cirroses e outros pacientes, com carga viral de milhões de vírus com um fígado em perfeito estado, sem necessidade sequer de tratamento.

A pesar que o teste de carga viral na hepatite C foi introduzido para acompanhar a resposta ao tratamento o mesmo se generalizou e passou a ser solicitado praticamente sem critério. O teste de carga viral e um fator muito importante na hepatite B ou no HIV, onde nestas doenças a carga viral mostra a gravidade da doença, mas não se pode utilizar o mesmo critério em relação à hepatite C.

O paciente de hepatite C fora de tratamento que por curiosidade fica realizando contínuos testes de carga viral simplesmente consegue ficar ansioso e angustiado com os resultados. A variação e enorme em cada resultado, chegando a triplicar o valor entre um e outro conforme mostrou um estudo da Dra. Edna Strauss.

Fonte:
T Heller and L B Seeff. Viral load as a predictor of progression of chronic hepatitis C? (editorial) Hepatology 42(6): 1261-1263. December 2005.
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