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domingo, 29 de setembro de 2013

ALERTA MÁXIMO - Infectados com hepatite C e crioglobulinemia - Tratamento imediato!

30/09/2013


ALERTA MÁXIMO - Infectados com hepatite C e crioglobulinemia - Tratamento imediato!


Pessoas infectadas com hepatite C que também sejam afetadas pela crioglobulinemia podem apresentar progressivo dano renal ou apresentar, de repente, um quadro de hemorragia pulmonar ou uma isquemia gastrointestinal, colocando a vida em risco de morte.

Conforme alerta um estudo publicado em "Medicine" a taxa de mortalidade quando da presença da crioglobulinemia em infectados com hepatite C varia entre 20% e 80%. É importante ressaltar que mais da metade dos pacientes com crioglobulinemia apresentam um curso clínico relativamente benigno, mas alguns podem apresentar situações potencialmente fatais, daí o alerta da publicação.

Conforme estudos publicados entre 30% e 100% dos pacientes com crioglobulinemia estão infectados com a hepatite C. Crioglobulinemia é caracterizada por uma grande variedade de causas, sintomas e efeitos colaterais e adversos.

Um total de 279 pacientes (30 atendidos no hospital e 249 a partir da pesquisa bibliográfica realizada em análise sistemática dos casos relatados até o momento através de uma pesquisa em MEDLINE) preencheram os critérios de inclusão.

Foram consideradas como condições potencialmente fatais em pacientes infectados com hepatite C e crioglobulinemia: crioglobulinêmica, glomerulonefrite comprovada por biópsia apresentando insuficiência renal, vasculite gastrointestinal, hemorragia pulmonar, e alterações no sistema nervoso central.

Os pacientes foram acompanhados por um período médio de 14 meses (variação de 3 até 120 meses) após o diagnóstico de crioglobulinemia com evidente risco de vida. Sessenta e três pacientes (22% ) morreram. A principal causa de morte foi septicemia (42% )

Concluem os autores que infectados com hepatite C e crioglobulinemia podem apresentar progressivo dano renal ou podem acontecer problemas agudos, como hemorragia pulmonar, isquemia gastrointestinal o alterações no sistema nervoso central, todos esses danos que apresentam risco de vida. A taxa de mortalidade dessas manifestações varia entre 20% e 80%.

MEUS COMENTÁRIOS:

É importante destacar que o Protocolo de tratamento com os inibidores de proteases no SUS autoriza o tratamento em terapia tripla com boceprevir o telaprevir para os infectados com hepatite C e Crioglobulinemia, seja qual for o grau de fibrose, exceto se existirem contra-indicações clínicas aos medicamentos. Nesse sentido o Protocolo segue as últimas evidencias científicas.

A Crioglobulinemia é uma doença vascular que se caracteriza por dores nas juntas e articulações, muito confundidas com os sintomas da artrite e em muitos casos tratada erradamente como se fosse artrite. Pode surgir, também, um aumento do tamanho do baço, a aparição de manchas na pele devido a vasculites ou, problemas nos rins. Isto pode produzir dores no abdômen, problemas no coração ou sangrado nos pulmões. Também poderá acontecer perda de apetite.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Life-Threatening Cryoglobulinemic Patients With Hepatitis C: Clinical Description and Outcome of 279 Patients - Retamozo, Soledad MD; Díaz-Lagares, Cándido MD, PhD; Bosch, Xavier MD, PhD; Bové, Albert MD, PhD; Brito-Zerón, Pilar MD, PhD; Gómez, Maria-Eugenia MD; Yagüe, Jordi MD; Forns, Xavier MD, PhD; Cid, Maria C. MD, PhD; Ramos-Casals, Manuel MD, PhD - Medicine: September 2013 - Volume 92 - Issue 5 - p 273-284


Carlos Varaldo
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Associação entre a vitamina D e a infecção pelo vírus da hepatite C



Associação entre a vitamina D e a infecção pelo vírus da hepatite C: Uma meta-análise


Um estudo realizado no Brasil procurou na literatura cientifica (MEDLINE) estudos publicados até março de 2012 para avaliar a associação da vitamina D, medida pelo exame "25-hidroxivitamina D" e a resposta virológica sustentada (cura) na hepatite C.

Para inclusão na analise os estudos publicados deveriam fornecer informações sobre a cura da hepatite C e os níveis de "25-hidroxivitamina D" no sangue dos infectados com idade acima dos 18 anos, independente do genótipo ou grupo étnico. O nível de corte no resultado do exame "25-hidroxivitamina D" foi fixado em 30 ng/mL.

No total 11 estudos (8 de observação e 3 de intervenção) envolvendo 1.575 indivíduos foram incluídos sendo que 1.117 indivíduos infectados com hepatite C (71%) apresentaram baixos níveis de vitamina D.

Os níveis de vitamina D encontrada variavam entre 17 e 43 ng/mL e, 37,8% dos infectados era genótipo 1, com LOG de carga viral entre 4,5 e 5,9. A maioria dos infectados incluídos nos estudos recebeu tratamento pela primeira vez, com resposta sustentada (cura) de 46,4% no total dos pacientes.

Os pacientes com maior nível de vitamina D, acima de 30 ng/mL, obtiveram maior possibilidade de cura (57%) e os que receberam suplementação de vitamina D durante o tratamento obtiveram 67% de possibilidades de cura, independente do genótipo com o qual se encontravam infectados.

Concluem os pesquisadores que os resultados demonstram que a possibilidade de cura é maior em pacientes com maiores níveis de vitamina D medida pelo exame "25-hidroxivitamina D" e, também, naqueles que recebem suplementação de vitamina D durante o tratamento.

MEU COMENTÁRIO


Posso parecer obsessivo, mas ínsisto que níveis altos de vitamina D possuem um fator importantíssimo no aumento da possibilidade de cura da hepatite C ao receber o tratamento com interferon. Muito já escrevi sobre isso e os interessados podem fazer uma busca dos artigos colocando a palavra VITAMINA D no sistema de procura por palavras da nossa página na internet.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Association between vitamin D and hepatitis C virus infection: A meta-analysis - Livia Melo Villar, José Antonio Del Campo, Isidora Ranchal, Elisabeth Lampe and Manuel Romero-Gomez - World J Gastroenterol 2013 September 21; 19(35): 5917-5924
Carlos Varaldo
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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Gestores estaduais discutem acesso ao tratamento da hepatite C



Setembro 27, 2013 - 17:31
Gestores estaduais discutem acesso ao tratamento da hepatite C
A reunião apresentou diretrizes e estabeleceu fluxos simplificados para a implantação de novos medicamentos contra a hepatite C no SUS
 Conteúdo extra:
A atualização das diretrizes e o estabelecimento de fluxos necessários para garantir o acesso simplificado ao tratamento da hepatite C no Sistema Único de Saúde (SUS) constituíram tema de reunião nesta sexta-feira (27), em Brasília. No encontro, foi apresentado o novo suplemento ao Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções.
O objetivo da reunião, segundo Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, é “avaliar pela primeira vez, em conjunto com os gestores estaduais que fazem a distribuição dos medicamentos na ponta, o que está funcionando e o que precisa ser melhorado nos fluxos de distribuição dos primeiros antivirais de ação direta disponíveis no SUS, o boceprevir (BOC) e o telaprevir (TVR)”.
Desde sua implantação este ano, os novos medicamentos, que pertencem à classe dos inibidores da protease (IP), já foram distribuídos para aproximadamente 500 pacientes. A meta é acessar cerca de 5.000 pacientes em um ano.
Para José Miguel, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, presente à abertura do evento, a reunião “demonstra um esforço e o nível de sintonia entre o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais e a Assistência Farmacêutica do Ministério no sentido de intensificar e aperfeiçoar o diálogo para o desenvolvimento e a melhoria das ações conjuntas que facilitem e promovam o acesso dos pacientes aos novos medicamentos”.
O encontro foi aberto pelo diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Fábio Mesquita, que traçou um breve panorama dos 11 anos de criação de um programa sistematizado de combate às hepatites virais no Ministério.
Mesquita destacou que atualmente as hepatites virais têm tomado uma nova dimensão dentro do cenário mundial das doenças infecciosas, constituindo, por exemplo, uma doença com mortalidade maior do que a aids nos EUA, de acordo com dados do Ministério da Saúde daquele país. Esse novo panorama mundial se refletiu em uma maior valorização das hepatites dentro do contexto do Departamento de DST, Aids e Hepatites viras. Fábio Mesquita destacou três eixos principais de trabalho que refletem esse novo cenário.

Primeiramente, ressaltou a criação, dentro do Departamento, de uma coordenação especialmente destinada às hepatites virais.
Em segundo lugar, houve a necessidade de qualificação dos dados sobre as hepatites no país, uma vez que as informações disponíveis não são suficientes para avaliar a dimensão das hepatites e o seu possível impacto no Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, foi criado um grupo de trabalho, coordenado pelo Prof. Dr. Eduardo Massad, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, que irá elaborar um modelo matemático para qualificar os dados das hepatites virais, de forma a avaliar melhor seu impacto no sistema de saúde do país. O terceiro eixo de trabalho foi tema da reunião dessa sexta-feira, com a discussão de novos fluxos que promovam o acesso aos novos medicamentos.
O Brasil é o único país em desenvolvimento no mundo que oferece diagnóstico e tratamento universal para as hepatites virais, em sistemas públicos e gratuitos de saúde. Foi também o país que defendeu, na Assembleia Mundial de Saúde de 2010, recomendações importantes, a exemplo da criação do Dia Mundial de Hepatites Virais como estratégia para dar visibilidade a essas doenças, até então negligenciadas. O país recentemente efetivou a ampliação do acesso à vacina de hepatite B para pessoas de até 49 anos, além da incorporação de novos medicamentos, como os inibidores de protease, para os portadores de hepatite C.
Estiveram presentes à reunião coordenadores estaduais de programas de hepatites virais e da assistência farmacêutica, assim como representantes de comitês técnicos assessores estaduais de hepatites virais de todo o país. Também participaram do encontro coordenadores dos programas municipais de hepatites virais de algumas capitais, como Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.
Como a incorporação desses medicamentos no SUS foi concedida exclusivamente para determinados pacientes (monoinfectados pelo genótipo 1 do HCV e com fibrose avançada), a reunião serviu também para apresentar, além das recomendações baseadas no uso racional dos medicamentos, novas indicações baseadas na história natural da infecção nos pacientes com fibrose menos avançada e que não tiveram sucesso em tratamentos prévios.
A organização não governamental Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite repercutiu a publicação do novo protocolo, afirmando a necessidade deste para o tratamento.

“Conforme prometido pela nova direção do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, resultado da discussão de alto nível acontecida, acaba de ser publicado o novo Suplemento ao Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite C e Coinfecções (tratamento com telaprevir e boceprevir) para tratamento no sistema público de saúde.
Hoje, sexta-feira, 27 de setembro, está sendo apresentado o novo Suplemento ao Protocolo aos gestores estaduais em Brasília, com o estabelecimento dos fluxos necessários para garantir o acesso simplificado ao tratamento da hepatite C. Serão apresentadas aos gestores as simplificações das recomendações, procedimentos e critérios de inclusão no tratamento com medicamentos de ação direta contra o vírus da hepatite C, incorporados no SUS há um ano. Os primeiros antivirais de ação direta disponíveis são o boceprevir (BOC) e o telaprevir (TVR), que pertencem à classe dos inibidores da protease (IP).
Diferentemente do protocolo existente, que possuía 54 páginas, o novo Suplemento resume os seus pontos principais em somente 24 páginas, sendo 11 as destinadas ao fluxo do tratamento, de forma muito mais simples e lógica para entender o tema e evitar confusões.

Parabéns ao Dr. Fabio Mesquita e Jorge Eurico por cumprirem rapidamente a promessa realizada.”
Fonte:  http://www.aids.gov.br/

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

ONGs querem maior divulgação sobre prevenção e cuidados da hepatite C

Ouvir / Baixar Segundo especialistas, 90% das pessoas que têm o vírus não sabem de seu estado real; Fundo Mundial da Hepatite foi lançado em cerimônia em Nova York.
Francisco Martucci, presidente da ONG C Tem Que Saber C Tem Que Curar. Foto: ONU.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
Várias organizações não-governamentais do Brasil querem promover maior divulgação sobre a hepatite C, uma doença que não apresenta sintomas, mas que mata 12 pessoas por dia no país.
A informação foi dada por Francisco Martucci, presidente da ONG "C" Tem Que Saber "C" Tem Que Curar, em entrevista à Rádio ONU.
Informação
Carlos Varaldo, presidente da ONG Grupo Otimismo do Rio de Janeiro e Humberto Silva, presidente da Associação Brasileira dos Portadores de Hepatites também participaram da conversa.
Varaldo falou sobre a importância da informação e da conscientização sobre a doença.
"Nós temos um grande problema no Brasil e no mundo, 90% dos infectados não sabem que tem hepatite. Para conseguir a cura, é necessário o diagnóstico. Então, a campanha que se faz dentro dos estádios é, basicamente, para alertar a população na próxima consulta médica, solicitar o teste de hepatite. Porque o hemograma não mostra se você tem hepatite. A hepatite C não tem sintomas."
Campanha
Segundo Varaldo, os Estados Unidos já despertaram para o problema. O Centro americano para o Controle de Doenças,
Carlos Varaldo, presidente do Grupo Otimismo do Rio de Janeiro. Foto:ONU
CDC, iniciou campanha de alerta para identificar 800 mil pessoas infectadas com o vírus do tipo C até o fim de 2014.
Ele afirmou que um em cada quatro doentes vai desenvolver cirrose e câncer. Eles morrem, geralmente, aos 57 anos.
Testes
Chico Martucci comentou a campanha da sua ONG para testar os funcionários da construção civil brasileiros que trabalharam nas obras dos 12 estádios que servirão de sede para a Copa do Mundo de 2014.
"Testamos os funcionários com mais de 40 anos, com o objetivo de medir a prevalência dessa assassina e silenciosa doença chamada hepatite C, na população da construção civil. Foram feitos 17 mil testes com uma prevalência de 1,35%, 230 pessoas tiveram seus casos alterados, não sabiam que tinham a hepatite C. A detecção tardia é o que causa muitos óbitos por dia, no Brasil e no mundo.
Francisco Martucci lembrou ainda que os testes continuam sendo feitos agora durante a Copa das Confederações. A ONG está realizando exames em 3 mil voluntários de seis estádios que sediam os jogos até o dia 30 deste mês.
Martucci afirmou que esses testes vão continuar até a Copa do Mundo do ano que vem.
Visão
Humberto Silva, presidente da Associação Brasileira de Portadores de Hepatites. Foto: ONU.
Humberto Silva disse à Rádio ONU que o Fundo Mundial da Hepatite, lançado aqui em Nova York, vai olhar o lado da pessoa que tem a doença.
"Esse é um fundo que expressa a visão do paciente. A hepatite C é uma doença sui generis, ela é diferente de qualquer outra que se manifeste por aí, justamente porque ela não se manifesta. E quando a pessoa recebe o primeiro anúncio da doença, ela já está totalmente agredida no seu fígado, por ela. Então, essa é justamente a preocupação e a missão do Fundo Mundial da hepatite, fazer pelo lado do paciente."
Silva afirmou que a hepatite C está caminhando para alcançar 100% de tratamento com bons resultados dos pacientes. O problema é como tratar dessas pessoas que nem sabem que têm a doença.
Segundo os representantes das Ongs, é necessário que os países adotem a hepatite C como uma ação estratégica de governo.
JORNAL DA ONU - BRASIL (5 MIN), 24 DE SETEMBRO DE 2013
JORNAL DA ONU - BRASIL (5 MIN), 24 DE SETEMBRO DE 2013
ONGs querem maior divulgação sobre prevenção e cuidados da hepatite C
ONGs querem maior divulgação sobre prevenção e cuidados da hepatite C
 
Fonte: http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=7641750229968276104#editor/target=post;postID=8679045846049673565

domingo, 22 de setembro de 2013

23/09/2013


Em quanto tempo o Interferon, o Boceprevir e o Telaprevir ficarão obsoletos?


Tudo indica que tratamentos para hepatite C livres de interferon, totalmente de uso oral, chegarão ao mercado rapidamente. Tais medicamentos serão das empresas Gilead e AbbVie.

Gilead espera aprovar no FDA (Estados Unidos) o Sofosbuvir já no final do ano. O Sofosbuvir ainda depende do interferon no tratamento do genótipo 1, mas outra droga da Gilead deverá solicitar aprovação no inicio do próximo ano, o Ledipasvir, permitindo tratar a hepatite C sem interferon quando utilizado combinado ao Sofosbuvir. Pessoalmente estimo que já no final de 2014 ou no primeiro semestre de 2015 esteja no mercado dos Estados Unidos.

Também no final do ano o Simeprevir da Janssen deverá ser aprovado pelo FDA para tratamento do genótipo 1, mas para ser utilizado combinado com o Interferon. Mas um estudo de fase 2 que combinou o Simeprevir com o Sofosbuvir mostrou que a utilização da combinação de ambos dispensa o interferon, assim de forma "off-label", isto é, sem registro ou qualquer aprovação em consensos, já estará logo disponível nos Estados Unidos o primeiro tratamento oral do genótipo 1.

AbbVie, uma empresa da Abbott, se encontra na fase 3 de um ensaio clinico incluindo 2.600 pacientes de um tratamento totalmente oral, livre de interferon. O tratamento é realizado com a combinação de 3 medicamentos, com ou sem ribavirina, mas livre de interferon. Possui autorização do FDA para pesquisa rápida. Estimo que no segundo semestre de 2014 estejam solicitando a aprovação e deverá chegar ao mercado dos Estados Unidos em 2015.

Estou muito otimista, pois com esses dois primeiros medicamentos para tratamento da hepatite C e a opção "off-Label" do Simeprevir/Sofosbuvir e, muitos outros medicamentos que logo virão a seguir de outras empresas farmacêuticas, posso prever que em 2015 o interferon, o boceprevir e o telaprevir deixaram de ser utilizados na maioria dos tratamentos da hepatite C.

Mas vamos entender que minha previsão é referente aos Estados Unidos e alguns outros países que se aprovados nos Estados Unidos rapidamente os autorizam para comercialização.

Em vários países podem existir longas esperas para conseguir a aprovação. Vamos colocar como exemplo como funciona no Brasil.

Primeiro é solicitado o registro na ANVISA, processo que pode levar se tudo correr bem uns seis meses.

Aprovado o medicamento pela ANVISA e o preço na CMED o medicamento passa a ser comercializado, podendo ser vendido em farmácias, mas para ser introduzido no sistema público deve ser solicitar a aprovação na CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias em Saúde) a qual tem até 9 meses de prazo para decidir se aprova o uso no SUS, ou não.

Imaginando que é feita a recomendação para utilização no SUS o ministério da saúde terá mais seis meses para proceder a sua aquisição e alguns meses mais para efetuar a distribuição aos estados.

Bom, por aqui, já sonhando em Português, meu otimismo é bem menor ao constatar que se tudo correr de forma normal, sem as idas e vindas que muita vezes a burocracia impõe, levará aproximadamente dois anos após a aprovação nos Estados Unidos para ter tratamento oral gratuito nos hospitais do SUS do Brasil e em muitos países em desenvolvimento.

Mas assim mesmo, sou e sempre serei um otimista, pois se todos juntos lutarmos para acelerar os prazos para aprovação no Brasil e em outros países, já que eles são prazos máximos, não existem impedimentos em cada esfera para aprovar mais rapidamente.

Carlos Varaldo
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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Reunião de Hepatite C Tratamento e diagnóstico da hepatite C é discutido por especialistas internacionais em Brasília

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Reunião de Hepatite C

Tratamento e diagnóstico da hepatite C é discutido por especialistas internacionais em Brasília


A expectativa é usar a reunião como base para a construção de uma proposta futura visando a melhoria do diagnóstico e tratamento da hepatite C no âmbito do SUS


Um resumo das Notícias do Dep. de DST, Aids e Hepatites Virais disponível em http://www.aids.gov.br/noticia/2013/tratamento-e-diagnostico-da-hepatite-c-e-discutido-por-especialistas-internacionais-em-

Os rumos do diagnóstico e tratamento da hepatite C foram objeto de discussão em reunião científica realizada pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Nos dias 16 e 17 em Brasília, a "Reunião de Alto Nível Científico em Hepatite C" congregou até esta terça-feira especialistas internacionais para discutir a chegada de medicamentos antivirais mais eficazes, com menos efeitos colaterais, e seu impacto na saúde pública.

O evento discute o protocolo clínico e as diretrizes terapêuticas atuais e os possíveis tratamentos inovadores no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS): universal, público e gratuito.

Dentre os participantes, destacam-se o Dr. João Silva de Mendonça (do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo), o Dr. Evaldo Stanislau Affonso de Araújo (da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), o Dr. Antonio Alci Baroni (da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Edison Roberto Parise (gastroenterologista da Universidade Federal de São Paulo) e o Dr. Evandro Sobroza de Mello (da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo). Entre os participantes internacionais, com as seguintes presenças: Dr. Hara Dahari (da Loyola University Medical Center e Los Alamos National Laboratory), Dr. Jordan Jay Feld (de Toronto Western Hospital e Universidade de Toronto), Sabot David (da Association gaia-Bus methadone) e Stephen John Polyak (da Universidade de Washington).

Carlos Varaldo, do grupo Otimismo, e Danielli Fragoso, do grupo Esperança, também participam ativamente das discussões nos dois dias.

"Os dois dias de trabalhos e discussão que tivemos foram importantes como base para a construção de uma resposta do governo brasileiro às hepatites virais, pois precisamos contar com todos os atores: representantes das sociedades científicas, especialistas internacionais e sociedade civil", explicou Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, ao final da reunião na tarde desta terça-feira. Segundo ele, "a partir desse exercício de pensamento coletivo baseado na experiência de ponta dos diversos atores e das evidências científicas, poderemos, em conjunto, enfrentar melhor os desafios que o diagnóstico e tratamento da hepatite C nos traz dentro do Sistema Único de Saúde (SUS)".

Em seguida, Fábio Mesquita, diretor do Departamento, apresentou um panorama do estado atual e as perspectivas para o enfrentamento da hepatite C no Brasil. Para o diretor, as hepatites estão entre as prioridades do Departamento, o que se refletiu na criação recente de uma coordenação específica dentro da instituição. Além disso, está prevista a adoção de uma série de medidas que facilitem o acesso aos medicamentos de hepatites virais, como os novos inibidores de protease recentemente disponibilizados no SUS para os pacientes de hepatite C.

Especialistas brasileiros e estrangeiros abordaram diferentes aspectos científicos da hepatite C, como a incorporação de novos medicamentos, além da análise do atual protocolo clínico e das diretrizes terapêuticas adotadas pelo Ministério da Saúde. O objetivo foi debater como e quem tratar dentro do Sistema Único de Saúde a partir da experiência trazida pelos pesquisadores internacionais e da perspectiva do desenvolvimento tecnológico de novos medicamentos.

O Dr. Stephen John Polyak, da Universidade de Washington, Estados Unidos, iniciou o segundo dia de reunião apresentando os aspectos relevantes do diagnóstico e manuseio das mutações e resistências do vírus da hepatite C. Em seguida, o diretor do Serviço de Moléstias Infecciosas do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, o Dr. João Silva de Mendonça, apresentou a biologia molecular do vírus. Logo após, o professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, o Dr. Evandro Sobroza de Melo, apresentou uma análise dos métodos invasivos e não invasivos da avaliação do fígado.

O período da tarde foi destinado às apresentações de outros atores importantes no combate às hepatites, com as perspectivas das sociedades científicas apresentadas pelo professor associado da Universidade Federal de São Paulo, Edson Parise, e o ponto de vista dos pacientes nas apresentações de Carlos Varaldo, do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, e de Danielle Fragoso, do Grupo Esperança, ambas organizações da sociedade civil que lutam pelos direitos dos pacientes portadores desses agravos.

Com o fim do encontro, a expectativa é usar as sugestões apresentadas para a construção de uma proposta futura para melhoria do diagnóstico e tratamento da hepatite C no âmbito do SUS.

A atualização das informações estratégicas sobre as hepatites virais no Brasil será objeto de um estudo cujos trabalhos serão iniciados em uma reunião nesta quarta-feira, em São Paulo. Para Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, que participa da reunião na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, a iniciativa se faz necessária, pois os dados disponíveis não são suficientes para avaliar a dimensão das hepatites e o seu possível impacto no Sistema Único de Saúde (SUS).

Atualmente, têm-se como fonte de dados confiáveis apenas os registros de notificação compulsória e um estudo de prevalência coordenado pela Universidade de Pernambuco, de base populacional, das hepatites virais A, B e C em algumas capitais brasileiras. "Nossos dados atuais são parciais e provavelmente subestimam a dimensão do problema. Esse grupo de trabalho, que inclui especialistas em modelagem matemática de doenças infectocontagiosas, visa a estimar os casos de hepatites B e C e seu impacto no Sistema Único de Saúde (SUS)", explicou o diretor.

O grupo será coordenado pelo Prof. Dr. Eduardo Massad, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP. Para Fábio Mesquita, "a criação desse grupo faz parte de um novo momento das hepatites virais dentro do Departamento, que se alinha com uma série de modificações em curso, como a criação de uma coordenação específica para esses agravos, a ampliação do diagnóstico e o início da flexibilização da dispensação do tratamento para as hepatites B e C".

Fábio Mesquita lembra que o Brasil é o único país em desenvolvimento no mundo que oferece diagnóstico e tratamento universal para as hepatites virais, em sistemas públicos e gratuitos de saúde. Foi também o país que defendeu, na Assembleia Mundial de Saúde de 2010, recomendações importantes, a exemplo da criação do Dia Mundial de Hepatites Virais como estratégia para dar visibilidade a essas doenças, até então negligenciadas. O país recentemente efetivou a ampliação do acesso à vacina de hepatite B para pessoas de até 49 anos e a incorporação de novos medicamentos, como os inibidores de protease, para os portadores de hepatite C.

Um resumo das Notícias do Dep. de DST, Aids e Hepatites Virais disponível em http://www.aids.gov.br/noticia/2013/tratamento-e-diagnostico-da-hepatite-c-e-discutido-por-especialistas-internacionais-em-





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domingo, 15 de setembro de 2013

15/09/2013


Avaliação da progressão da hepatite C após 35 anos da infecção


MEU COMENTÁRIO:

Avaliar a progressão do dano hepático em pacientes que resultaram infectados ao utilizar imunoglobulina humana obtida de sangue contaminada pode o resultado ser expandido a quem se infecto com hepatite por outros médios?

É necessário colocar o comentário antes do texto, pois é um assunto controverso. Alguns pesquisadores consideram que a própria imunoglobulina ao fortalecer o sistema imune conseguiria com que o vírus da hepatite C atuasse com menor agressividade no organismo.

Por ser controverso, os resultados devem ser observados com cautela.



Pesquisadores da Alemanha seguem um grupo de 718 pacientes infectados ao utilizar imunoglobulina contaminada, trinta e cinco anos atrás. Estudos anteriores dos mesmos pesquisadores sugeriam taxas de progressão do dano hepático lento nesse grupo após 20 e 25 anos da infecção. No total 529 receberam tratamento antiviral. Conseguiram resposta sustentada (cura) 149 infectados, 183 não responderam ao tratamento e 197 se encontravam em tratamento no momento do estudo dos 35 anos.

Aos 35 anos após a infecção um total de 9,3% dos pacientes desenvolveu cirrose. A progressão da doença depende grandemente do estado da infecção.

O maior número de pacientes com cirrose foi encontrado nos não respondedores ao tratamento, chegando a 15,3% nesse grupo.

Já entre os que conseguiram a cura, somente 6% desenvolveu cirrose. Em pacientes nos quais a doença é "autolimitada", isto é, sem progressão do dano hepático foi encontrado que 1,1% desenvolveu cirrose, mas não é explicada a causa dessa cirrose.

Concluem os pesquisadores que os resultados fornecem uma evidencia adicional para a progressão de doença leve, mas significativa em 35 anos após a infecção com imunoglobulina contaminada com o vírus da hepatite C e, que após o tratamento antiviral se observa uma proteção no relativo à progressão do dano hepático.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Evaluation of liver disease progression in the German HCV (1b)-contaminated anti-D cohort at 35 years after infection. - Wiese M, Fischer J, Löbermann M, Göbel U, Grüngreiff K, Güthoff W, Kullig U, Richter F, Schiefke I, Tenckhoff H, Zipprich A, Berg T, Müller T; for the EAST GERMAN HCV STUDY GROUP - Hepatology. 2013 Aug 8. doi: 10.1002/hep.26644.


Carlos Varaldo
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Um futuro brilhante na luta contra a hepatite

15/09/2013


Um futuro brilhante na luta contra a hepatite


Coloco a seguir um resumo do Editorial da revista "Nature Medicine" do mês de julho de 2013, a qual apresenta uma serie de analises e perspectivas na pesquisa e esforços clínicos no desafio que representam as hepatites B e C para a saúde mundial.

Esforços de pesquisa voltados para o tratamento nas últimas décadas conseguiram avanços importantes. No entanto, mais trabalho é necessário para atingir os objetivos de prevenir a transmissão e tratamento da infecção para eliminar o enorme fardo da hepatite em todo o mundo.

As hepatites B e C são responsáveis por alta carga de morbidade e mortalidade associada à infecção crônica.

Um dos principais desafios é a sua progressão em silêncio, sem sintomas na fase aguda. A infecção é geralmente assintomática, causando danos no fígado, desenvolvendo cirrose décadas mais tarde em até 30% das pessoas infectadas com hepatite C e a possibilidade de cirrose é ainda maior em pessoas infectadas com hepatite B no nascimento ou durante a primeira infância.

A falta de testes diagnósticos de anticorpos e, pior ainda, a incompleta confirmação por biologia molecular dos casos positivos para encontrar os indivíduos com o vírus ativo, resulta em estimativas incorretas de infectados, aumentando a transmissão.

No caso da hepatite C estudos recentes mostraram que menos de 50% dos infectados em Estados Unidos sabiam da sua condição (Hepatology 55, 1652 - 1661, 2012), um número que certamente é maior em países ou regiões a possibilidade de testagem é ainda menor.

Os efeitos adversos do tratamento com interferon peguilado e ribavirina faz com que muitos pacientes desistam, por medo, de realizar o tratamento antiviral, contribuindo para a persistência viral na comunidade e o aumento da prevalência da doença crônica.

Novos medicamentos estarão mudando o cenário terapêutico, e a meta de erradicar o vírus não parece ser tão distante como se imaginava cinco anos atrás, não obstante o alto custo dos novos medicamentos será o grande desafio.

Tratamentos para hepatite C livres de interferon poderão ser uma realidade brevemente beneficiando os infectados, inclusive os não respondedores ou intolerantes ao interferon. Embora estudos de longo prazo são necessários para avaliar a segurança e toxicidade, as estratégias de tratamento livres de interferon podem ser o futuro do tratamento.

O "Santo Graal" para erradicar o vírus da hepatite C seria uma vacina profiláctica. Uma vacina para hepatite C ainda é um desafio difícil de atingir, em parte devido à falta de sistemas experimentais para estudo do vírus e pela falta de modelos com animales para testar a efetividade das vacinas. Ainda, para complicar, por se tratar de um vírus com alta persistência e enorme diversidade genética.

Na hepatite B uma vacina preventiva aplicada em massa, com melhores praticas médicas e estilo de vida saudável apresenta resultados impressionantes no controle de novas infecções.

Os objetivos da prevenção da infecção, retardando a progressão da doença e de cura da hepatite crônica exigem o aumento das pesquisas e esforços clínicos na abordagem da terapia. As empresas farmacêuticas devem ser encorajadas a manter a pesquisa e os governos devem intensificar a divulgação da testagem, aumentando o financiamento dos setores responsáveis pelo enfrentamento das hepatites.

Apesar de nos encontrar a cada dia mais próximos, ainda estamos muito longe de alcançar as metas propostas para enfrentar esses dois assassinos silenciosos.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
A brighter future in the fight against hepatitis - Editorial - Nature Medicine 19, 791 (2013) doi:10.1038/nm.3269 - Published online 08 July 2013


Carlos Varaldo
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Projeto de Lei PL-02784/2003 - Aposentadoria Funcionários Públicos com Hepatites



Mais um passo no Projeto de Lei  PL-02784/2003 - Aposentadoria Funcionários Públicos com Hepatites
Mais um passo no Projeto de Lei PL-02784/2003 que altera o art. 186 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos da União, das autarquias e das fundações públicas federais, e o art. 151 da Lei nº 8.213, de 24 de junho de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências para os servidores públicos infectados com as hepatites B e C.

Em 10/09/2013 foi devolvido ao Relator, Dep. Manoel Junior (PMDB-PB).

Cabe aos funcionários públicos e seus respetivos sindicatos fazer o acompanhamento e pressão para que o Projeto de Lei possa avançar. Nesses 10 anos de tramitação nenhum sindicato de funcionários públicos tomou qualquer iniciativa para acompanhar a tramitação.

Demostrado que não existe interesse dos funcionários públicos, eu pessoalmente não mais dispensarei qualquer esforço no acompanhamento da matéria.

Os interessados em acompanhar o podem fazer se inscrevendo em http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=149344

Carlos Varaldo
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