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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A Visão do Paciente


Segue o texto integral do Capitulo 107, da minha autoria, que se encontra na Página 1.257 do Tratado de Hepatites Virais e Doenças Associadas - 3º Edição - Editor Científico Roberto Focaccia, coordenando 227 colaboradores/autores/pesquisadores internacionais - Editora Atheneu - 2013, que acaba de ser editado.




Capitulo 107

A Visão do Paciente


Carlos Varaldo

A hepatite C é uma doença silenciosa ou está silenciada? A pergunta é oportuna, pois por causa do desconhecimento da hepatite C, ocasionado por falta de efetivas campanhas do governo, a maioria da população nunca ouviu falar da doença. E isso acaba fazendo com que a pessoa portadora de hepatite C tenha dificuldades para enfrentar a doença, encontrar tratamento ou até contar sobre sua condição, com medo de ser mal interpretada.

A população, geralmente, nunca teve informações sobre a hepatite C ou soube de inverdades horríveis sobre a doença, criando no seu inconsciente uma barreira de discriminação muito forte. Muitos amigos do círculo social, colegas de trabalho e até familiares podem ter uma reação de distanciamento, seja por acharem que você tem uma vida nada aceitável ou até por medo de ser infectados se ficarem perto.

As poucas informações fornecidas pelo Departamento do Ministério da Saúde sobre as hepatites criam na população esse sentimento de rejeição contra os infectados. Nessas poucas informações que tentou transmitir para a população, cometeu o erro de colocar a hepatite C ao lado hepatite B e da AIDS, duas doenças totalmente diferentes na forma de contagio. Sendo assim, sempre alerta sobre a necessidade de usar camisinha na relação sexual e de evitar bebidas alcoólicas.

É claro que em toda relação sexual deve-se usar camisinha para evitar a possibilidade de uma doença sexual. No entanto ao se informar isso quando se divulgam informações sobre hepatite C, cria-se no imaginário da população que a hepatite C é uma doença sexualmente transmissível. Isso é uma tremenda desinformação, pois mundialmente a hepatite C não é considerada uma doença sexualmente transmissível (DST). Os portadores ficam marcados como promíscuos, causando problemas com os parceiros, os quais acham que tiveram relações fora de casa, em alguns casos resultando até em separação. A hepatite C somente se transmite por contato direto de sangue a sangue, isto é, o sangue de uma pessoa infectada terá que entrar na corrente sanguínea de outra pessoa para ocorrer o contagio.

A recomendação de não ingerir bebidas alcoólicas é necessária, mas se não houver explicações, dá a entender que o álcool é fator que provoca hepatite C. É normal ocorrer de alguém diagnosticado não entender porque está infectado se não faz uso de álcool. O álcool prejudica o fígado e deve ser evitado, mas, não ocasiona a hepatite C.

A falta de vontade política por parte do governo brasileiro em enfrentar a epidemia de hepatite C, com uma estimativa de aproximadamente 3 milhões de infectados cronicamente, é facilmente constatada pelos próprios números oficiais, os quais podem ser acessados na internet. Um programa governamental não pode ser avaliado por ações, promessas ou intenções, mas sim pelos resultados alcançados. A seguir constam números do que aconteceu com a hepatite C desde a incorporação no Departamento DST/AIDS, números esses altamente preocupantes.

Desde a incorporação das hepatites no Departamento DST/AIDS, nos últimos quatro anos, a hepatite C permanece paralisada, não tendo conseguido aumentar em qualquer percentual o número de pacientes em tratamento, nesse período de muitas promessas e poucas realizações. A seguir, utilizando-se somente números oficiais, é apresentado um panorama atual da hepatite C no Brasil.

Somente um de cada 260 infectados com hepatite C é tratado no Sistema Único de Saúde (SUS), diferentemente da AIDS, em que um de cada três infectados recebe tratamento. O número de pessoas de todos os genótipos em tratamento para hepatite C crônica no último quadrimestre de cada ano (2009-2011) segundo dados fornecido por DAF/Componente Especializado da Assistência Farmacêutica - MS, comprova que a capacidade de atendimento não aumenta:

Ano
Número de pessoas em tratamento 
2009
10.111
2010
11.628
2011
11.505
Fazem parte desse total de pessoas em tratamento:
(a) monoinfectados por HCV genótipo 1 (tratamento e retratamento);
(b) coinfectados HIV-HCV;
(c) genótipos não 1 (tratamento e retratamento).


Segundo o Boletim Epidemiológico "Hepatites Virais" (Brasil, Ministério da Saúde. Ano II - nº 1, 2011- Sinan/SVS/MS), a proporção estimada de coinfecção HCV-HIV variou de 9,8 a 13,8% entre os anos 2007 e 2010. Pelos dados oficiais, verifica-se que somente no primeiro ano aconteceu um aumento no número de tratamentos, permanecendo estável a partir de 2010. A média de pacientes tratados nos últimos três anos foi de 11.081 pacientes/ano.

Para se avaliar como anda o enfrentamento da epidemia, é necessário conhecer o aumento da oferta de tratamento, isto é, quantos novos infectados entram no sistema. Para tal, é necessário comparar o que aconteceu desde a criação do Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV), em 2003. Na denuncia de desvio de faturamento do Interferon Peguilado (R$. 231.000.000,00), realizada pelo Grupo Otimismo no Ministério Público Federal e na Controladoria Geral da União, consta confirmado no processo pelo MS que naquele ano de 2003 foram tratados 7.500 pacientes.

Como em 2003 os coinfectados não recebiam tratamento, é necessário descontar da média de tratamentos de 2010/2011 o número de tratamentos de coinfectados, os quais representam 1.311 tratamentos segundo o Boletim Epidemiológico. Também em 2003 praticamente não existiam retratamentos, portanto devem-se descontar, para poder calcular com exatidão o acesso de novos pacientes ao tratamento, os pacientes retratados nos últimos três anos. Não existe controle no MS sobre o número de retratamentos, sendo estimados em aproximadamente 10%, uma média de 1.212 retratamentos a cada ano.

Como conseqüência, para se conhecer a real oferta de tratamento a novos infectados que ingressam para tratamento no SUS, da média de 11.081 pacientes/ano devemos retirar 1.311 tratamentos de coinfectados e 1.212 retratamentos, o que resulta numa oferta de ingresso no sistema SUS de 8.558 pacientes a cada ano.

Em 2003, ano da criação do PNHV, 7.500 pacientes ingressavam no sistema, e nove anos após a oferta de ingresso a novos infectados é de somente 8.558, comprovando que muito pouco se avançou nesse longo período. Houve um aumento da oferta de somente 1.050 pacientes em nove anos.

Deve-se reconhecer que os números mostram claramente que se fracassou nos seis anos do PNHV e se continua fracassando nos quatro anos da incorporação no Departamento DST/AIDS. Os números são frios, mas mostram a real situação. Nenhuma explicação sobre ações, capacitações, reuniões, etc., poderá ser convincente, nem deve ser aceita, pois se cairá no perigo de aceitar o gerúndio como explicação correta.

Tornasse necessário, imediato e urgente reunir numa mesma mesa governo, laboratórios, sociedades médicas e sociedade civil para discutir uma forma diferente e mais efetiva de enfrentar a epidemia de hepatite C, para oferecer acesso ao tratamento no SUS. Praticamente 10 anos foram perdidos, Não se pode perder mais tempo. É necessário planejar estrategicamente, com metas quantificáveis, e cobrar resultados de quem é responsável no MS.

Estamos sentados alegremente sobre uma bomba viral, mas essa bomba já começou a explodir. Qualquer médico observa no hospital que atualmente o número de pacientes em tratamento com fibrose avançada ou cirrose já é superior aos pacientes com fibrose moderada. Na lista de espera para um transplante de fígado, a maioria é de pacientes com hepatite C.

RECOMENDAÇÕES AO PORTADOR

- Contar que você é portador de hepatite C é uma decisão de foro intimo e isso só deve ser feito se você estiver preparado para aceitar a reação das pessoas.

- Os que desempenham algumas profissões ou atividades devem evitar contar. Por exemplo, se um cozinheiro de restaurante contar, é muito provável que seja demitido. Avalie em que situações você pode contar.

- As primeiras pessoas que poderão conhecer sua situação são aquelas nas quais você confia plenamente, pois elas poderão ajuda-lo. Peça conselhos a elas antes de contar aos demais.

- Revelar ser portador aos familiares e aos profissionais de saúde é difícil, mas você vai precisar do apoio e compreensão deles, por isso eles devem conhecer sua situação.

- Certamente, por desconhecerem a hepatite C, as pessoas que ficarem sabendo farão a você sobre a doença, por isso é importante que você se informe sobre ela, as formas de contagio, a evolução, os sintomas e tratamentos entes de falar sobre sua situação.

- Se você for discriminado no trabalho, procure o departamento do pessoal e denuncie a situação. Se for demitido, grave e registre as situações discriminatórias para poder provar na Justiça a discriminação sofrida. Além de ser readmitido, poderá ganhar um bom dinheiro pelo dano moral sofrido.

- Antes de se candidatar a um emprego ou realizar um concurso, tente se aposentar por ser portador de hepatite. Certamente o instituto vai negar a sua solicitação atestando que você está apto para o trabalho. Guarde esse documento, pois ele será de extrema validade se você não for admitido pelo fato de ser portador de hepatite. Com esse laudo, é só procurar o Judiciário e solicitar, por meio de uma "Ação Cautelar", o seu direito a não ser discriminado. O Juiz emitirá uma liminar imediatamente e você será admitido.

- Todo médico eticamente correto vai respeitar o juramento que fez na formatura e indicar o melhor tratamento para recuperar a saúde do paciente. Pode ser que tal indicação não seja contemplada na portaria do SUS ou o tratamento seja negado pelo estado. Agradeça ao médico pela preocupação de receitar o melhor e imediatamente cuide de seu direito de cidadão garantido na Constituição Federal, procurando a Justiça para receber o tratamento. Lute pela sua vida.


Carlos Varaldo
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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Estudos confirmam os efeitos protetores do café nas doenças do fígado

26/08/2013


Estudos confirmam os efeitos protetores do café nas doenças do fígado


Uma revisão da literatura científica publicada em "Liver International" confirma que o café consegue uma redução do risco da progressão para a cirrose, conforme seis estudos analisados. Também, dois estudos mostram que pacientes cirróticos que consumiam entre três ou mais xicaras de café por dia apresentavam menor risco de morte por consequência da cirrose.

Cinco estudos avaliaram o impacto do café na esteatose não alcoólica (gordura no fígado não ocasionada por abuso de bebidas alcoólicas) mostrando uma redução da gravidade e menor resistência a insulina.

Diversos estudos publicados realizados em infectados com hepatite C mostram que pacientes que bebem café apresentam menor fibrose, uma progressão mais lenta da doença e uma maior possibilidade de cura com o tratamento antiviral.

Dois estudos avaliaram o efeito do café na possibilidade de evitar o aparecimento do câncer de fígado, mas não encontraram nenhuma associação. Outros 14 estudos sugeriam algum efeito protetor do café, mas sem conseguir evitar o câncer de fígado.

Alertam os pesquisadores que embora os estudos analisados sugerem que o café é benéfico como uma espécie de tratamento alternativo e complementar aos tratamentos médicos, ensaios clínicos randomizados devem ser realizados para comprovar cientificamente tais resultados.

MEU COMENTÁRIO

Muitos estudos mostram o efeito benéfico do café nas doenças que atacam o fígado. Mas não todos os pacientes toleram o café. Alguns pacientes com cirroses podem ter total intolerância ao café. Se após um café você sente dor de cabeça, sensação de mal-estar, cansaço, cuidado, o café não é benéfico para seu organismo.

Os maiores benefícios são encontrados em pessoas que bebem entre 3 e 5 xicaras de café ao dia. Acima de cinco xicaras o café é contraproduzente.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Impact of Coffee on Liver Diseases: A Systematic Review - Sammy Saab, Divya Mallam, Gerald A. Cox, Myron Tong - Liver Int . 2013; doi: 10.1111/liv.12304



Carlos Varaldo
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É necessário denunciar falta de medicamentos nas hepatites no MPF - Uma responsabilidade dos pacientes
Os medicamentos para tratamento das hepatites são de responsabilidade do Ministério da Saúde. Se por falta de medicamentos um paciente de hospital público não está recebendo o tratamento, o próprio paciente pode e deve denunciar o fato ao Ministério Público Federal, de forma simples e muito fácil, pela Internet.

O Ministério Público Federal dispõe essa forma de realizar a denuncia em http://cidadao.mpf.mp.br/sac/formularios/formularios/formulario-eletronico

Se você está sendo prejudicado, denuncie. Não fique calado, grite, esperneie. Nunca esqueça ao primeiro que aprendeu na vida, que é "berrar para mamar". Quem não chora não mama!


Carlos Varaldo
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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A cada dia estamos mais perto de tratamentos da hepatite C sem necessidade do interferon

19/08/2013

A cada dia estamos mais perto de tratamentos da hepatite C sem necessidade do interferon


Uma publicação no "The New England Journal of Medicine" mostra que o tratamento da hepatite C no futuro não utilizará interferon, mas ainda não estamos lá quando falamos no tratamento do genótipo 1. Apesar de resultados promissores que mostram maiores possibilidades de cura, as taxas de respostas no genótipo 1 ainda não são as desejadas.

Brevemente o tratamento do genótipo 2 sem interferon com excelente possibilidade de cura será realidade e, provavelmente também no tratamento do genótipo 3. No tratamento do genótipo 1 os tratamentos serão mais toleráveis, de menor duração, mas ainda deverão incluir o interferon para se obter uma maior eficácia.

O ensaio clínico "SOUND-C2" de fase 2b incluindo 362 infectados com o genótipo 1 da hepatite C utilizou em regime oral, sem utilização do interferon, o Faldaprevir (um inibidor da proteases do vírus) uma vez ao dia combinando com o Deleobuvir (BI 207127 - um inibidor da polimerase do vírus) duas ou três vezes ao dia, dividindo os pacientes em grupos que recebiam dosagens diferentes e ainda, alguns recebiam também, ou não, ribavirina.

O grupo de pacientes infectados com o genótipo 1 da hepatite C que recebeu 16 semanas de tratamento obteve resposta sustentada de 59% na semana 12 após o final do tratamento, o que pode ser considerada a cura se o vírus não recidivar antes da semana 24. O grupo de pacientes que recebeu 28 semanas de tratamento obteve 69% de indetectáveis na semana 12 após o tratamento.

A ribavirina foi necessária, pois o grupo que realizou o mesmo tratamento sem ribavirina obteve somente 39% de possibilidades de cura.

Os infectados com o genótipo 1 sub-tipo 1b obtiveram possibilidade de cura 100% maior que os infectados com o sub-tipo 1a.

Dependendo do grupo de tratamento foram observadas taxas de interrupção do tratamento variando entre 5% e 25%. Os efeitos adversos mais comuns foram erupção cutânea, foto sensibilidade, náusea, vomito e diarréia.

MEU COMENTÁRIO

Os resultados devem ser observados com cautela, pois todos os pacientes eram brancos e não teve um grupo controle tratando pacientes com interferon e ribavirina, assim, os resultados obtidos podem não se repetir na população em geral.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Faldaprevir and Deleobuvir for HCV Genotype 1 Infection - Stefan Zeuzem, M.D., Vincent Soriano, M.D., Ph.D., Tarik Asselah, M.D., Ph.D., Jean-Pierre Bronowicki, M.D., Ph.D., Ansgar W. Lohse, M.D., Beat M llhaupt, M.D., Marcus Schuchmann, M.D., Marc Bourli re, M.D., Maria Buti, M.D., Stuart K. Roberts, M.D., Ed J. Gane, M.D., Jerry O. Stern, M.D., Richard Vinisko, M.A., George Kukolj, Ph.D., John-Paul Gallivan, Ph.D., Wulf-Otto B cher, M.D., and Federico J. Mensa, M.D. - N Engl J Med 2013; 369:630-639


Carlos Varaldo
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Protocolada no MPF solicitação de Ação Civil Pública

16/08/2013

Protocolada no MPF solicitação de Ação Civil Pública - Tratamento com boceprevir e telaprevir


Foi protocolada no Ministério Público Federal a solicitação para abertura de Ação Civil Pública com o objetivo de identificar os responsáveis pela falta de indicação de tratamento da hepatite C com os inibidores de proteases boceprevir e telaprevir nos hospitais federais e estaduais do estado do Rio de Janeiro.

Com medicamentos disponíveis desde fevereiro é inconcebível que pacientes em avançado estado de cirrose ainda não tenham iniciado o tratamento que pode ser a última opção para salvar a vida.

Solicitamos que seja intimado do Secretario Estadual da Saúde, Dr. Sergio Cortes, para dar explicações, entre outros, sobre os seguintes pontos:

- Quem foi o responsável por informar falsamente ao Ministério da Saúde no mês de fevereiro que o Rio de Janeiro possuía 11 hospitais que cumpriam todas as exigências constantes do Protocolo de tratamento com os inibidores de proteases. Até o momento, passados mais de seis meses, a maioria desses hospitais não está em condições mínimas de cumprir o exigido.

- Informar se os médicos que trabalham nos hospitais federais e estaduais receberam orientação da secretaria da saúde para não receitar o tratamento aos pacientes.

- Informar o que foi realizado nos mais de seis anos a frente da secretaria da saúde em relação as hepatites virais e, porque o número de notificações e tratamentos teve diminuição no período sob sua gestão.

Solicitamos, também, que sejam intimados a prestar esclarecimentos os médicos que trabalhando nos hospitais federais e estaduais não receitam o tratamento aos pacientes carentes, mas que comprovadamente indicam o tratamento a pacientes atendidos nos seus consultórios particulares.

Solicitamos, também, que seja intimida a Sociedade Brasileira de Hepatologia para dar explicações sobre a recomendação do "Item E" do "Informativo nº 7" de novembro de 2011, no qual era solicitado aos médicos hepatologistas para não receitar os inibidores de proteases devido ao alto custo, evitando assim ações judicias que seriam prejudiciais para a saúde financeira do sistema de saúde.

Oferecemos na solicitação extensa relação de pacientes que desde o final do ano passado recebem dos médicos dos hospitais federais e estaduais a "promessa" de tratamento, mas são informados que não podem emitir a receita para iniciar o tratamento porque a secretaria estadual de saúde não distribui os medicamentos recebidos do ministério da saúde no primeiro trimestre de 2013.

Caberá, então, ao Ministério Público Federal identificar e indiciar os culpados que estão levando ao agravamento do quadro de saúde dos pacientes com hepatite C atendidos nos hospitais federais e estaduais que dependem, como única alternativa, do tratamento com os inibidores de proteases boceprevir e telaprevir.

Com o resultado da Ação Civil Pública indicando os culpados pelo não oferecimento dos necessários tratamentos e como consequência os pacientes agravaram o quadro de saúde, poderão os que assim o desejarem, procurar a Justiça para reparação moral do dano causado pela omissão.

Carlos Varaldo
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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Herpes

Herpes
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O que é
É uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina, colo do útero).

Formas de contágio
O herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal) sem camisinha com uma pessoa infectada. Em mulheres, durante o parto, o vírus pode ser transmitido para o bebê se a gestante apresentar lesões por herpes. Por ser muito contagiosa, a primeira orientação dada a quem tem herpes é uma maior atenção aos cuidados de higiene: lavar bem as mãos, evitar contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas e não furar as bolhas. 

Sinais e sintomas
Essa doença é caracterizada pelo surgimento de pequenas bolhas na região genital, que se rompem formando feridas e desaparecem espontaneamente. Antes do surgimento das bolhas, pode haver sintomas como formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e mal-estar. As bolhas se localizam principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas.

Tratamento
Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Não furar as bolhas e não aplicar pomadas no local sem recomendação profissional.

Fonte: Ministério da Saúde:

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Atendendo pedidos dos infectados com os genótipos 2 e 3

12/08/2013


Atendendo pedidos dos infectados com os genótipos 2 e 3


Entre os infectados com hepatite C aproximadamente 75% possuem o genótipo 1, genótipo para o qual está direcionada a maioria das pesquisas por novos medicamentos, por ser esse genótipo o que merece maior atenção já que é o mais comum e o que apresenta menor possibilidade de cura com o tratamento atual.

Infectados com outros genótipos reclamam por pesquisas de novos medicamentos para tratamento e como de costume a ansiedade sempre corre mais depressa que as pesquisas, mas posso afirmar que não devem perder a esperança, pois não estão esquecidos ou abandonados pelos pesquisadores.

Toda nova droga é testada primeiro no genótipo 1. Confirmada sua segurança e eficácia passa então a ser testada em outros genótipos, nos co-infectados HIV/HCV, nos transplantados, nos renais crônicos e assim por diante. É a sequencia lógica da pesquisa, primeiro centrar esforços naqueles que mais necessitam e são mais difíceis de responder para depois, confirmada a segurança se experimentar nos outros grupos.

Por exemplo, já no final do ano nos Estados Unidos o FDA deverá aprovar o Sofosbuvir, o qual será destinado para o tratamento do genótipo 1, ainda combinado com interferon peguilado e/ou ribavirina, mas também será aprovado para o tratamento dos genótipos 2 e 3, melhor ainda, sem necessidade de utilizar o interferon peguilado, isto é, um tratamento totalmente oral e na maioria dos casos com somente 12 semanas de duração.

Outro medicamento que também será aprovado pelo FDA ao mesmo tempo é o Simeprevir, em principio para tratamento do genótipo 1 combinado ao interferon peguilado e/ou ribavirina, mas que serve também para o tratamento dos genótipos 2, 4, 5 e 6 e já apresenta excelentes resultados no tratamento de co-infectados HIV/HCV.

Acho importante relembrar a todos que ansiedade e desespero são ruins para o sistema de defesa do organismo, fazendo com que os vírus se aproveitem da situação e acelerem a progressão da fibrose, por tanto, vamos manter a calma e confiar que tem muito pesquisador olhando para todos os genótipos.

Em pouco tempo, mais rápido do que imaginávamos meses atrás, novos medicamentos chegarão ao mercado, para todos os genótipos, inclusive alguns deles serão pan-genótipos, isto é, nem será necessário fazer o teste da genotipagem já que serão efetivos em todos os genotipos e subtipos e praticamente todos os tratamentos serão sem interferon.

Nesse momento uma nova briga estará começando, que será para que os países os aprovem e os introduzam nos sistemas públicos para tratamento gratuito. Mas que nunca será necessário estar unidos e fortalecer as associações de pacientes que lutam pelos direitos do paciente. Nesse sentido dependemos de sua colaboração para estarmos ativos quando da chegada dos medicamentos.



Carlos Varaldo
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sábado, 10 de agosto de 2013

Agradecimento



Agradecimento




O Grupo Otimista Feirense, com sede na Rua Barão do Rio Branco nº 1054, centro; na pessoa do Presidente. Jose Rodrigues da costa, vem por meio desta, agradecer ao SAF- Um plano que vale por muitos.
Por ter feito a doação de uma cadeira de rodas, a qual servirá para desenvolvimento de projeto Social e Humanitário do Grupo.

...Existem pessoas que tornam nossa caminhada mais significativa...
...Pela solidariedade...
 ...pelo apoio...
 ...pelo carinho...
E porque nos torna melhores...


Feira de Santana  09 /08 / 2013
Jose Rodrigues da Costa.
           Presidente.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Boa notícia Nº 1:  PLS - PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 11 de 2011


Altera a Lei nº 7.670, de 8 de setembro de 1988, e o art.186 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, para incluir os portadores das formas crônicas da hepatite B ou da hepatite C, passando esses a ter todos os direitos que hoje tem os infectados com HIV/AIDS. 

Se aprovado o Projeto na Câmara de Deputados os benefícios serão muitos, desde garantia por acesso aos medicamentos até retirada do fundo de garantia, PIS/PASEP, auxilio doença e aposentadoria facilitada. 

Tendo sido aprovada no Senado federal, a matéria vai à Câmara dos Deputados em caráter terminativo, isto é, passa pelas comissões sem necessidade de ser votada no plenário. Se aprovada seguirá para sanção da presidente Dilma. 

É importante você se inscrever para seguir a tramitação e assim escrever aos relatores de cada comissão quando receberem o projeto para apreciação. Os Deputados recebendo e-mails dos interessados aceleram o processo, não ficando esquecido em alguma gaveta. 

Acesse http://www.senado.gov.br/atividade/materia/detalhes.asp?p_cod_mate=99051 e faça o cadastro no Site do Congresso. PARTICIPE! 


Boa notícia Nº 2:  Hepatite C é sexualmente transmissível?


Hoje enviamos e-mail ao Departamento DST/AIDS/Hepatites para que que na página sobre hepatite C seja retirada do final do texto a TAG que diz ser a hepatite C uma doença sexualmente transmissível, uma DST. 

Sempre que uma matéria jornalística colocava que a hepatite C é uma doença sexualmente transmissível e tentávamos uma retração, respondiam que assim se encontrava no site do ministério da saúde, em http://www.aids.gov.br/pagina/hepatite-c  e nada mais podíamos fazer para consertar o erro.

Observamos que muita coisa está mudando para melhor no Departamento DST/AIDS/Hepatites desde que assumiu a nova direção, pois em poucas horas recebemos resposta a nosso e-mail, a página foi imediatamente retirada do ar e, uma nova redação será colocada nos próximos dias. 

Já era hora, pois reclamávamos disso há uns 5 anos e nunca fomos atendidos. Obrigado aos novos gestores do Departamento para contribuir a diminuir o estigma e discriminação dos infectados com hepatite C. 

Carlos Varaldo
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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Onde é possível tratar a hepatite C com os inibidores de proteases?

Onde é possível tratar a hepatite C com os inibidores de proteases?


Bom, o titulo correto deveria ser "onde é impossível tratar com os inibidores de proteases telaprevir e boceprevir", pois em 18 estados o tratamento somente existe na capital, ficando desassistidos e sem tratamentos os pacientes do interior. 

Para um infectado que more no interior ele deverá abandonar a família e o emprego mudando para a capital, onde deverá ficar durante o tratamento. Certamente a maioria acabará morando em uma favela, entrará em depressão e, muito provavelmente acabará alcoólatra ou usuário de drogas. 

É possível que alguém tenha idealizado um fluxo de tratamento com tais exigências dignas de uma mentalidade nazista? Nem o Dr. Menguele tinha pensado em tal forma de judiar de um doente. 

Alegavam na ocasião (por sorte a maioria desses tristes personagens já foram afastados do Departamento DST/AIDS/Hepatites) que não existia experiência no tratamento da hepatite C, ignorando que por ordem judicial já foram tratados 2.000 pacientes, a maioria em consultório particular, e que não existem relatos de complicações graves que possam ser atribuídas diretamente aos IPs que tenham levado a morte do paciente. 

A listagem dos centros referenciados de todo Brasil se encontra emhttp://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/page/2010/42979/centro_de_assistencia_do_sus_para_o_tratamento_de__18138.pdf 

Os estados que por culpa das diretrizes do protocolo compoem o "quadro da vergonha", estados onde os pacientes do interior se encontram sem assistência ou possibilidade de tratamento, já que somente na capital ou região metropolitana oferecem o tratamento são: 

Acre 
Alagoas 
Amapá 
Amazonas 
Bahia 
Ceará 
Distrito Federal 
Espirito Santo 
Maranhão 
Mato Grosso 
Mato Grosso do Sul 
Pará 
Paraíba 
Piauí 
Rio de Janeiro 
Rondônia 
Roraima 
Sergipe 

É urgente e necessária a flexibilização do tratamento com telaprevir e boceprevir. O terror que tentaram criar com os efeitos do tratamento não se sustenta mais. A experiência de 2.000 tratamentos demonstra que os médicos brasileiros estão capacitados a indicar e acompanhar com segurança o tratamento de seus pacientes, trabalhem em hospitais referenciados ou nos seus consultórios particulares em qualquer lugar do Brasil.

FLEXIBILIZAÇÃO JÁ!
Carlos Varaldo
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domingo, 4 de agosto de 2013

Hepatite B - Importância do tratamento e da carga viral

05/08/2013 

Hepatite B - Importância do tratamento e da carga viral


Atualmente existem medicamentos altamente efetivos para tratamento da hepatite B. Se bem ainda não se fala em cura da hepatite B já se afirma que o controle é altamente efetivo, necessitando tão somente de 1 comprimido ao dia, sem efeitos colaterais desagradáveis. 

Estudos comprovam que o entecavir e o tenofovir conseguem manter a carga viral indetectável nos pacientes sem tratamento anterior com qualquer antiviral, em praticamente 100% dos pacientes após cinco anos de uso continuo do medicamento. Somente 0,2% dos pacientes desenvolveram resistência viral nesses cinco anos. 

A resposta virológica negativando o vírus é importante porque evita a progressão do dano no fígado, mas os pacientes devem manter controle medico continuo, pois o câncer pode aparecer em alguns pacientes negativados, mas com muita menor possibilidade que nos pacientes não tratados. 

O tratamento em longo prazo com entecavir e tenofovir resultou na regressão da fibrose ou cirrose. Pacientes com cirrose tratados com entecavir ou tenofovir evitam progredir na cirrose não chegando a descompensar. 

Regressão da cirrose após cinco anos de tratamento da hepatite B com entecavir:




Carlos Varaldo
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Conselhos aos infectados


Conselhos aos infectados 
- Ter mais medo dos efeitos dos medicamentos que dos efeitos da doença é prejudicial à saúde. 

- Não tratar significa perder a oportunidade de curar. 

- Nunca inicie o tratamento se não está disposto a enfrentar o que for para chegar até o final. 

- Antes de iniciar o tratamento avalie se os efeitos poderão afetar sua situação financeira, a situação no trabalho, o relacionamento social ou a relação familiar. Tenha definidas formas de contornar qualquer situação. 

- Lembre que um infectado com hepatite C geralmente não sente qualquer sintoma, mas sintomas causados pelos medicamentos poderão aparecer durante o tratamento. Parece que a gente ficou doente de repente. 

- Se o médico indicar interromper o tratamento não insista em continuar, pois estará colocando em risco a sua vida. 

- O paciente é o responsável em grande parte pelo sucesso. Se não tiver aderência respeitando dosagens e horários de tomar os medicamentos à possibilidade de cura será difícil de ser conseguida. 

- Todos os métodos de biopsia apresentam uma margem possível de erro, seja a biopsia percutânea, por vídeo-laparoscopia, Fibroscan, Fibrotest, APRI, etc.. Somente com o fígado inteiro na mesa do patologista é possível fazer um laudo 100% correto, mas isso só é possível após a morte do paciente. 


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Carlos Varaldo
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