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domingo, 28 de julho de 2013

Relatório 2013 da OMS para as hepatites virais


Foi publicado o Relatório 2013 da OMS para as hepatites virais


O relatório coloca a situação do enfrentamento das hepatites virais em cada país conforme as respostas que cada país informou oficialmente em um formulário padrão, igual para todos os países. 

A OMS foca muito a prevenção, na redução de danos, devido ao uso muito grande de drogas injetáveis nos Estados Unidos, Europa, Ásia e outras regiões, um problema que o Brasil afortunadamente já enfrentou e praticamente superou. Hoje não mais se vê gente usando drogas injetáveis no país. Parabéns ao governo e ao trabalho da sociedade civil em especial aos grupos RNP. 

Pessoalmente tenho serias criticas sobre as dados apresentados no relatório da OMS devido à forma "chapa branca" como os dados foram levantados. Um formulário foi enviado aos governos e a situação de cada país foi somente discutida com a World Hepatitis Alliance, mas as associações de pacientes, ONGs e sociedades médicas locais não foram chamadas para verificar se os dados refletem a real situação de cada país. 

A OMS confiou a World Hepatitis Alliance para a confirmação dos dados, mas nem sequer está consultou seus 175 associados nem as estimadas 2.000 ONGs de hepatites que existem no mundo ou as mais de 5.000 da AIDS que já se envolvem nas hepatites devido a co-infecção e especialmente na redução de danos. 

Fica registrado assim o meu protesto e alerta para os que leiam o relatório da OMS. 

A seguir faço um rápido resumem do que consta de mais importante em relação ao Brasil com meus comentários em cada tema destacados em vermelho. 

Informam que nas Américas está colocado que somente Estados Unidos e Argentina possuem programas específicos para cuidar das hepatites virais. No Brasil e em outros países elas estão dentro de departamentos que cuidam de outras doenças, não possuindo um programa especifico. MEU COMENTÁRIO: Isso é péssimo, ao se colocar as hepatites sob o chapéu da AIDS as verbas que sobram para as ações nas hepatites são insignificantes. 

O Brasil informou a OMS que possui um departamento governamental (Departamento DST/AIDS/Hepatites) responsável para atividades relacionadas com a hepatite viral com 250 funcionários, mas não soube informar quantas pessoas trabalham em tempo integral somente para as hepatites. MEU COMENTÁRIO: Somente agora, em julho de 2013 é que um funcionário do Departamento DST/AIDS/Hepatites foi designado para cuidar das hepatites. Até o momento não tinha ninguém para cuidar das hepatites. 

Informam que o governo brasileiro informou que realizou eventos para o Dia Mundial da Hepatite em 2012 e financia campanhas de conscientização pública da hepatite viral desde janeiro de 2011. O governo colabora com ONGs para desenvolver e implementar a prevenção das hepatites virais e programas de controle.MEU COMENTÁRIO: Alguém viu as campanhas do governo federal em 2012 ou 2013? Colocar uma matéria ou vídeo na página do Departamento na internet pode ser considerada uma campanha? 

Informam que existe vigilância de rotina para a hepatite viral com um sistema nacional de vigilância para os seguintes tipos de hepatite aguda: A, B, C, D e E, e para os seguintes tipos de hepatite crônica: B, C e D. Existe notificação de todos os casos de hepatite. Óbitos, incluindo os causados pelas hepatites, são relatados a um registro central. Casos de câncer de fígado não estão registrados nacionalmente. MEU COMENTÁRIO: É sabido por todos que não existe um sistema serio de notificação dos casos de hepatites se estimando que entre 70% e 80% dos casos não são notificados devido à burocracia e complexidade da ficha de notificação, um sistema arcaico ainda no papel. O sistema de notificação foi criado para que a hepatite não apareça nas estatísticas. 

Informam que surtos de hepatite são obrigatoriamente notificados ao governo para serem investigados. 

Informam que não existe agenda para alguma pesquisa nacional de saúde pública para as hepatites virais. 

Informam que inquéritos sorológicos para as Hepatites Virais são realizadas regularmente, para populações alvos (adolescentes, profissionais de saúde, mulheres grávidas e tatuadores) e para a população em geral. O último inquérito sorológico foi realizado em julho de 2012. MEU COMENTÁRIO: ????????? 

Prevenção da transmissão 

Informam que não há uma política nacional de vacinação da hepatite A. 

Informam que o governo não estabeleceu um objetivo para eliminar a hepatite B. MEU COMENTÁRIO: Até agora todos os planos apresentados (nunca cumpridos) nunca possuíam metas quantificáveis, eram simples promessas genéricas, como diz a sabedoria popular "para inglês ver". Parece que isso vai acabar com a nova direção do departamento DST/AIDS/Hepatites. 

Informam que não se sabe qual a percentagem de recém-nascidos a nível nacional que receberam a vacina da hepatite B nas 24 horas após o nascimento ou qual percentual de vacinados ao completar um ano de idade. MEU COMENTÁRIO: Um absurdo total! 

Informam que não há uma política nacional de segurança recomendando seringas de uso único para fins terapêuticos. 

Informam que não há uma política nacional de controle de infecção para bancos de sangue. Todas as bolsas de sangue doadas (incluindo doações de familiares) são testadas para as hepatites B e C. MEU COMENTÁRIO: São captadas 4 milhões de bolsas de sangue a cada ano, se 1% delas dar reagente para hepatite C deveriam chegar a Brasília 40.000 notificações, mas na estatística oficial somente aparecem entre 12 e 15.000. 

Informam que as pessoas que realizam o teste para o vírus da hepatite B e hepatite C são registradas pelo nome, e os nomes são mantidos confidenciais dentro do sistema. 

Informam que o tratamento com financiamento público para a hepatite B e hepatite C pode ser obtido por toda a população. Não foram fornecidas informações sobre o montante gasto pelo governo nos tratamentos para a hepatite B e hepatite C. MEU COMENTÁRIO: É uma verdade, mas existe lista de espera para realizar as biopsias, carga viral e depois conseguir vaga em um hospital. Somente 12.000 tratamentos de hepatite C a cada ano são realizados, para uma população estimada em 3 milhões de infectados. 

O relatório completo da OMS é encontrado em http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/85397/1/9789241564632_eng.pdf 

COMENTÁRIO DE ÚLTIMO MOMENTO 

O Departamento DST/AIDS/Hepatites (Brasil) e a Organização Mundial da Saúde preferem ignorar as ONGs que criticam e reivindicam, preferindo ouvir e sentar somente com aquelas ONGs adesistas que somente servem para bater palmas à falta de ações dos encastelados gestores da saúde, tendo como resultado informações incorretas com as quais tentam mostrar um panorama bom e efetivo no combate as hepatites ou mostrar número subnotificados da incidência da doença. 

Em geral essas ONGs adesistas não representam nem sequer os infectados de seu bairro na sua cidade. As que se autodenominam nacionais o fazem porque o papel timbrado de uma folha de papel aceita qualquer coisa, mas perguntem quantas reuniões e palestras estão fazendo para aqueles que precisam apoio e não terão resposta, no máximo irão informar que possuem uma página numa rede social com algumas fotos e, as internacionais, bom, dessas melhor nem falar porque são simplesmente umas poucas ONGs que dizem falar em nome de todas sem ter autorização para tal. 

Afortunadamente algo está mudando neste momento no Brasil e espero que seja exemplo para o mundo. No evento "Acesso aos medicamentos e kits de diagnósticos para Hepatite C - Identificando o papel da Sociedade Civil e outras demandas" realizado no dia 25 em Santos (SP), o novo diretor do Departamento, Dr. Fábio Mesquita disse que a sua gestão será pautada pelas evidências científicas, pelo dialogo em todos os setores da sociedade e por trazer inovação. "Diferente do Papa, eu não posso prometer milagre. Eu não acho que podemos solucionar todos os problemas, mas eu estabeleci neste momento três prioridades na luta contra as hepatites virais". 

A primeira prioridade citada foi criar uma área específica de hepatites dentro do Departamento, e isso, de acordo com ele, "já é um sinal de que as hepatites sairão daquela posição que se encontravam diluída dentro do Departamento"; a segunda prioridade foi cancelar o boletim epidemiológico que seria divulgado neste ano já que seria uma irresponsabilidade por parte do governo, pois não trariam informações corretas; e o terceiro compromisso assumido com o movimento social é mudar a forma da dispensação dos medicamentos de hepatites, facilitando o acesso ao tratamento. 

Carlos Varaldo
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sábado, 27 de julho de 2013

Protestos no Dia Mundial da Hepatite


Protestos no Dia Mundial da Hepatite 

No Dia Mundial da Hepatite não há muito para comemorar


Grupos de pacientes em diversos países realizaram na sexta-feira protestos para denunciar a passividade da Organização Mundial da Saúde -OMS- na liderança que deveria efetuar no enfrentamento da hepatite. 

Nos Estados Unidos bloquearam o tráfego na Segunda Avenida com a Rua 47, ocupando também a entrada do edifício de escritórios da OMS. Eles também realizaram centenas de balões que diziam "Hep C Time Bomb" e uma faixa com suas demandas. http://www.flickr.com/photos/vocal-ny/sets/72157634795497518/ 

http://www.vocal-ny.org/blog/drug-policy/pr-nyers-block-traffic-occupy-world-health-organization-to-protest-leadership-failure/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=pr-nyers-block-traffic-occupy-world-health-organization-to-protest-leadership-failure 

Na Índia, Jackie Shroff, veterano ator de Bollywood, junto com a National Liver Foundation (NLF) iniciou uma campanha de e-mail e SMS para que o governo atue de vez por toda para diagnosticar os infectados. 

Diversas associações de pacientes e ONGs, como "Medicins du Monde", TAG", "ACT UP Basel", "APN PLUS" e "INPUT" lançaram uma petição em 86 países para solicitar a OMS atuar com urgência contra a hepatite C. http://www.hepcoalition.org/?lang=pt 

No Brasil, com apoio da Open Society Foundation, uma ONG internacional que atua em várias frentes sociais e está fortalecendo as ações no Brasil para melhorar o acesso a medicamentos e a novas terapias, aconteceu em Santos nos dias 24 e 25 de julho um fórum com o tema "Acesso aos medicamentos e kits de diagnósticos para Hepatite C - Identificando o papel da Sociedade Civil e outras demandas". Pela importância do assunto o novo Diretor do departamento DST/AIDS/Hepatites, Dr. Fábio Mesquita e o coordenador designado para cuidar das hepatites do Departamento, Dr. Jorge Eurico estiveram presentes. Leia reportagem da Agencia AIDS em http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=21104 

COMENTÁRIO FINAL 

Vejo com otimismo que ONGs do mundo tudo comecem a gritar e se revoltar. Sou um dos fundadores da World Hepatitis Alliance, organização que fundamos com o objetivo de conseguir que a OMS decretasse o Dia Mundial da Hepatite estabelecendo assim um programa de ações. Conseguimos em 2010 e então decidi sair da World Hepatitis Alliance, pois não era meu objetivo me encastelar numa representação que já tinha conseguido seu objetivo principal, considerando que seria muito mais efetivo passar, então, a lutar para que a OMS cumpra o prometido. Ficando fora da OMS fica mais fácil fiscalizar e cobrar. Se tivesse ficado dentro teria me transformado em alguém que simplesmente ficaria batendo palmas para a inanição, sem poder cobrar ou criticar. 

É por isso que vejo com otimismo que ONGs do mundo tudo estão começando a despertar, aprendendo que é necessário gritar, ir à rua se necessário, pois essa será a única forma de quem se encontra nas esferas decisórias passar a realmente enfrentar a maior epidemia da historia da humanidade. 

Parabéns a National Liver Foundation (NLF) da Índia e Medicins du Monde (Médicos do Mundo), primeiras sociedades científicas do mundo a ficar do lado dos infectados com hepatites e entrar juntos nessa luta. Espero que a atitude seja seguida pelas sociedades médicas de outros países, que demonstrem publicamente que estão realmente interessadas nos pacientes. 

Juntos podemos vencer a hepatite C!

Carlos Varaldo
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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais

Domingo é o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais
Publicado em 25/07/2013 às 17:39:59



O próximo domingo, 28, é o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. Consideradas doenças silenciosas, as hepatites virais nem sempre apresentam sintomas. No Brasil, milhões de pessoas não sabem que são portadoras do vírus que ataca o fígado.
Os vírus mais comuns em Santa Catarina são do tipo A, B e C, e provocam cansaço, dor abdominal, fezes claras, peles e olhos avermelhados, febre, tontura, enjôo e/ou vômitos, além de urina escura. Desde maio, a vacina contra a hepatite B está disponível nos postos de saúde para todas as pessoas de zero a 49 anos. Além dessa faixa etária, há outros grupos prioritários que também podem tomar a vacina via SUS (veja quadro abaixo).
Fábio Gaundenzi, diretor da Vigilância Epidemiológica (DIVE), explica que a hepatite B é transmitida pelo sangue e/ou nas relações sexuais sem o uso de preservativo. Segundo ele, também é possível pegar a doença pelo compartilhamento de agulhas e seringas, lâminas de barbear ou de depilação, materiais de manicure, escovas de dentes ou por meio de materiais para a confecção de tatuagens e colocação de piercings.
O diretor da DIVE destaca que a gestante portadora de hepatite B também pode transmitir o vírus para o seu bebê. Por isso, é importante que a grávida realize o teste para a detecção do vírus no pré-natal. “As principais formas de prevenção contra a hepatite são o uso do preservativo e a vacina”, acrescenta o infectologista.
Desde maio, o Ministério da Saúde (MS) ampliou a vacinação contra Hepatite B para o grupo etário de 30 a 49 anos em todo o território brasileiro. Até então, eram imunizadas gratuitamente pessoas de zero a 29 anos. A vacina está disponível nas 1.070 salas de vacina da rede pública de saúde distribuídas em todo o Estado e também no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE), em Florianópolis, para os grupos prioritários.
Uma das estratégias para controlar a epidemia de hepatite B, que tem como principal fator de risco a transmissão sexual (50%), é a intensificação da vacina para todas as pessoas com idade até 49 anos.  Para isso, é necessária ampla divulgação pelos meios de comunicação à população e que os municípios também desenvolvam atividades como intensificação, busca ativa de faltosos e monitoramento de cobertura vacinal. “O objetivo é alcançarmos uma cobertura mínima de 95% dessa população alvo”, destaca Gaudenzi.
A hepatite C é transmitida principalmente pelo sangue.  As outras formas de transmissão são semelhantes às da hepatite B. Porém, a sexual é menos freqüente. Mas pessoas que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993 podem ter contraído a doença.
Atualmente, a prevenção da hepatite C é feita pelo rigoroso controle de qualidade dos bancos de sangue de Santa Catarina, tornando mínimo o risco da transmissão da doença por meio de transfusões.
Registros epidemiológicos referentes ao período entre 1994 e 2012 revelam que foram notificados 9.544 casos da doença em Santa Catarina. Do total, 67% são em homens e 33% nas mulheres. A faixa etária mais atingida é a de 30 a 49 anos, o que corresponde a 58% dos casos notificados.  A categoria de exposição predominante é a de usuário de drogas injetáveis/inaláveis, que representa 23% dos casos notificados.
“Na ausência de uma vacina contra a hepatite C, o melhor é optar pela prevenção, evitando o compartilhamento de escovas de dente, lâminas, tesouras ou objetos de uso pessoal, bem como seringas e outros instrumentos usados na preparação e consumo de drogas injetáveis e inaláveis”, orienta Gaudenzi. A imunização contra hepatite B é realizada em três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose (0, 1 e 6 meses). A vacina, após administração do esquema completo, induz imunidade em 90% a 95% dos casos.

Fonte:

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Cuidados a tomar com medicamentos, ervas e suplementos alimentares

19/07/2013 

Cuidados a tomar com medicamentos, ervas e suplementos alimentares

Resumo do apresentado sobre o tema no Hepatologia do Milênio 2013


Existem em comercialização mais de 1.100 medicamentos que são potencialmente hepatotóxicos, os quais devem ser tomados com muitos cuidados por quem tem alguma doença que ataca o fígado. Nunca um medicamento deve ser ingerido ou aplicado sem antes consultar o médico 

O que é hepatotoxicidade: 

A hepatotoxicidade é uma lesão hepática causada por ingestão, inalação o administração parenteral de agentes farmacológicos ou químicos. 

Qualquer droga tem o potencial de hepatotoxidade, dependendo da dose, da idade, do sexo, do estado nutricional, do ambiente, da individualidade. 

Entre pacientes maiores de 50 anos hospitalizados com hepatite aguda 43% têm causa tóxica. 

Hepatotoxicidade por suplementos alimentares 

Suplementos alimentares são compostos naturais cuja função é complementar uma dieta normal, fornecendo proteínas, carboidratos, vitaminas, fibras e sais minerais. 

Geralmente são usados por atletas de grande performance, praticantes de atividades físicas, (perder ou aumentar peso), portadores de deficiências nutricionais. 

Também, alegando "falta de tempo" as pessoas que não se alimentam corretamente, usam os suplementos como complementares de proteínas e vitaminas necessárias a uma boa dieta. 

Durante o congresso uma das apresentações alertava sobre problemas causados em portadores de alguma doença hepática que utilizaram Herbalife. Foram citados cinco publicações científicas que relatam os problemas causados: 

- J. Hepatology vol 49 ; 2; 291-293- 2008.
- J. Hepatology vol 49; 2; 293-294;2008. 
- J Hepatology vol 50 ;1; 111-117; 2009. 
- J. Hepatology vol 47; 4; 514-520;2007.
- Mais de 34 casos de dano hepatocelular + hepatite portal com colestase (Aliment Pharmacol 2013; 37: 3-17). 

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas - SINTOX 2010 - do Ministério da Saúde registram 8.501 casos de intoxicações por plantas no Brasil de 2004 a 2008, desses 12,4% usavam as ervas com intenção de cura. 

Foi lembrado que os idosos são mais suscetíveis a interações medicamentosas (96,6% desconhecem o risco) devido à diminuição da função renal e hepática, das quais depende a depuração dos fármacos, ervas e suplementos. 

O consumo de ervas e suplementos alimentares é muito elevado em infectados com hepatite C. A propaganda anunciando que por ser natural é isento de risco é uma mentira. Não por ser natural é inofensivo. Veneno de cobra é natural e mata. 

Está comprovado que algumas ervas prejudicam o tratamento da hepatite C, diminuindo o efeito dos medicamentos. Existem muitas duvidas em relação ao efeito das ervas e suplementos sobre os novos medicamentos, como os inibidores de proteases e os futuros medicamentos orais. Já está confirmado que erva de São João (St. John's Wort, Hipérico ou Hipericum) realmente prejudica a ação dos medicamentos, existem suspeitas que o suco de grapefruit (pomelo, toronja, etc.) e até o alho podem influir negativamente, mas faltam estudos confirmatórios. 

Por prudência evite esses produtos se está em tratamento da hepatite C. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Apresentações realizadas durante o Congresso Hepatologia do Milênio 2013 - http://www.hepatologiadomilenio.com.br 


Carlos Varaldo
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Tratamento com os inibidores de proteases telaprevir e boceprevir

19/07/2013 

Tratamento com os inibidores de proteases telaprevir e boceprevir

Resumo do apresentado sobre o tema no Hepatologia do Milênio 2013


Os melhores pacientes para tratamento com os inibidores de proteases telaprevir e boceprevir são os pacientes nunca antes tratados com interferon e os pacientes recidivantes a um tratamento anterior. Pacientes com fibrose F2 e F3 respondem inicialmente melhor e raramente complicam. A transaminase GGT em valores baixos é um bom indicador da resposta obtida na semana 12 do tratamento. 

A maioria dos efeitos adversos graves acontecem em pacientes cirróticos que apresentam os estágios mais avançados. Pacientes com cirrose exigem maior vigilância devido a um maior risco de anemia, sepse e/ou descompensação. Os pacientes com cirrose e varizes de grosso calibre no esôfago devem realizar ligadura elástica antes do tratamento. 

Lamentavelmente a recidiva (o vírus volta depois do final do tratamento) em pacientes cirróticos tratados com os inibidores de proteases é grande 

ATENCÃO! 

Severas complicações com risco de morte podem acontecer no tratamento com inibidores de proteases se antes de iniciar o tratamento o paciente se encontra com as plaquetas em níveis inferiores a 100.000/mm3 ou a albumina em nível inferior a 35 g/L 

Anemia deve ser tratada o mais cedo possível. Pacientes com queda de 2 log nas primeiras quatro semanas de tratamento podem receber eritropoetina. Posteriormente a redução progressiva e cautelosa da Rribavirina é a melhor conduta. 

Se o medico indicar que o tratamento deve ser interrompido o paciente não deve insistir para continuar, pois poderá estar colocando sua saúde em perigo, ate poderá existir risco de morte. Sempre siga o conselho do medico. 

Para erupções cutâneas durante o tratamento o tradicional e conhecido Caladryl, muito utilizado após queimaduras pelo sol, é uma opção que ajuda a diminuir o problema. 

O desconforto anal que alguns pacientes sentem durante o tratamento com os inibidores de proteases , em especial com o telaprevir, é ocasionado porque o próprio paciente não segue a recomendação da dieta gordurosa, ingerindo menos gordura que a recomendada. 

Foi apresentado um caso curioso referente a nutrição. Um paciente em tratamento com telaprevir relatou ao medico que estava com um desconforto anal muito forte, chegando a não poder sentar, querendo interromper o tratamento. O medico perguntou se estava seguindo as recomendações em relação a alimentação gordurosa, quando o paciente contou que foi a uma nutricionista e esta falou que a gordura que estava ingerindo três vezes ao dia era muito ruim e que deveria trocar a dieta passando a comer salmão porque a gordura do peixe é benéfica ao organismo. Em resumo, a nutricionista na sua boa fé não sabia o que era telaprevir e por tanto recomendou uma dieta "sadia" o que acabou provocando o desconforto anal por falta de gordura na dieta. 

O acontecido mostra o perigo que representa não seguir corretamente o indicado pelo medico que trata a hepatite, pois é esse o especialista. O paciente não deve se guiar pelo que outros recomendam, sejam profissionais ou não, que opinem sobre o tratamento da hepatite C. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Apresentações realizadas durante o Congresso Hepatologia do Milênio 2013 - http://www.hepatologiadomilenio.com.br 


Carlos Varaldo
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Um programa de apoio multidisciplinar aumenta a possibilidade de cura na hepatite C

15/07/2013 

Um programa de apoio multidisciplinar aumenta a possibilidade de cura na hepatite C


A adesão ao tratamento antiviral é importante para atingir a resposta virológica sustentada (cura) na hepatite C consegue demonstrar uma pesquisa realizada na Espanha. 

Com base na experiência no tratamento da AIDS o grupo de pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona avaliou se a eficiência de um programa de suporte multidisciplinar para aumentar a adesão do paciente ao tratamento da hepatite C com interferon peguilado e ribavirina significaria em aumento da possibilidade de cura. 

Um total de 477 pacientes que receberam tratamento foram divididos em três grupos. Ao se comparar o grupo que recebeu atendimento multidisciplinar de uma equipe composta por dois hepatologistas, dois enfermeiros, um farmacêutico, um psicólogo, um assistente administrativo e um psiquiatra e, o grupo controle que simplesmente recebeu os medicamentos para tratamento sem suporte os resultados são surpreendentes. 

A adesão ao tratamento no grupo com atendimento multidisciplinar foi de 94,6% contra somente 78,9% no grupo controle. 

Ao considerar o total dos genótipos tratados a cura obtida pelo grupo que recebeu atendimento multidisciplinar foi de 77,1% contra 61,9% obtida pelos pacientes recebendo o tratamento de forma tradicional. 

Ao analisar os dados do genótipo 1 e genótipo 4 que recebem tratamento de 48 semanas a cura no grupo com atendimento multidisciplinar foi de 67,7% contra somente 48,9% no grupo controle. 

Já nos genótipos 2 e 3 onde o tratamento é realizado em 24 semanas a cura no grupo com atendimento multidisciplinar foi de 87,7% contra somente 81,4% no grupo controle. 

Entre os pacientes com transtornos psiquiátricos a adesão ao tratamento foi de 90,5% no grupo recebendo atendimento multidisciplinar contra 75,7% no grupo recebendo o tratamento tradicional. 

O tratamento com atendimento multidisciplinar representou uma economia de recursos ao governo já que custo por paciente curado foi 17,8% menor que no grupo que recebeu o tratamento tradicional. 

Concluem os autores que o tratamento com atendimento multidisciplinar melhora a adesão do paciente ao tratamento, aumenta a possibilidade de cura e resulta em economia de recursos para o sistema de saúde. 

MEU COMENTÁRIO 

É praticamente impossível tratar todos os infectados com hepatite C com atendimento multidisciplinar, em especial em centros de tratamentos pequenos ou quando em tratamento em consultórios privados. Nesses casos a educação do paciente é um fator fundamental para que o mesmo tenha maior adesão, respeitando doses e horários dos medicamentos. 

Consciente que isso representa uma maior possibilidade de cura o paciente informado segue de forma correta as indicações do médico. 

Paciente informado é um paciente educado e, a informação é um excelente medicamento

A pesquisa mostra que no tratamento com interferon peguilado e ribavirina a adesão ao tratamento aumenta em 38% a possibilidade de cura no tratamento de 48 semanas para os genótipos 1 e 4. Passar de uma possibilidade de cura de 48,9% para uma possibilidade de 67,7% somente com disposição de seguir o tratamento corretamente é uma coisa fantástica e que depende totalmente da responsabilidade do paciente. 

Ainda, com a chegada dos medicamentos orais a adesão do paciente será ainda mais importante que com o tratamento atual de interferon e ribavirina. Quem não tiver adesão perderá o tratamento. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
A multidisciplinary support programme increases the efficiency of pegylated interferon alfa-2a and ribavirin in hepatitis C - Carrión JA, Gonzalez-Colominas E, García-Retortillo M, Cañete N, Cirera I, Coll S, Giménez MD, Márquez C, Martin-Escudero V, Castellví P, Navinés R,Castaño JR, Galeras JA, Salas E, Bory F, Martín-Santos R, Solà R. - J Hepatol. 2013 Jun 26. pii: S0168-8278(13)00435-2. doi: 10.1016/j.jhep.2013.06.019. 


Carlos Varaldo
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sábado, 6 de julho de 2013

DETECÇÃO E TRATAMENTO DA HEPATITE C JÁ!

DETECÇÃO E TRATAMENTO DA HEPATITE C JÁ!


Já que os responsáveis públicos de saúde no mundo pouco ou nada fazem para enfrentar as hepatites, um abaixo assinado internacional está sendo elaborado para ser encaminhado a Dra. Margaret Chan, Diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) com a intenção de incidir sobre a necessidade de dar, de uma vez por todas, visibilidade as hepatites. 

Os grupos independentes "Medicins du Monde", TAG", "ACT UP Basel", "APN PLUS" e "INPUT" consideram que não existe uma liderança responsável atuando na OMS, motivo pelo qual tomaram a iniciativa de realizar a petição e a encaminhar diretamente, sem intermediários, a diretora da OMS. 

O Grupo Otimismo parabeniza a iniciativa e apoia a intenção da petição se somando ao esforço de divulgação e coleta de assinaturas 

Por favor, difunda a petição para que possa ser assinada pelo maior número de pessoas.


Assine a petição à Diretora da OMS em:
 http://www.hepcoalition.org/?lang=pt 



Carlos Varaldo
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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Médicos do HC pedem revisão dos critérios para transplante hepático


Pacientes em estado muito grave, que já passaram por diversas transfusões sanguíneas ou por transplante anterior, têm alto risco de complicações e não deveriam ser elegíveis ao procedimento, afirma estudo publicado na revista Liver Transplantation (foto:A.C.Camargo)
Especiais

Médicos do HC pedem revisão dos critérios para transplante hepático

01/07/2013
Por Karina Toledo
Agência FAPESP – Com base em um estudo publicado em junho na revista Liver Transplantation, pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) propõem alterações nas diretrizes nacionais para transplante de fígado.
De acordo com Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, diretor da Divisão de Transplantes de Órgãos do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP e um dos autores do artigo, os resultados da pesquisa indicam que estão sendo operados no país doentes com estado de saúde tão grave que não seriam mais elegíveis ao tratamento em razão do alto risco de óbito ou de complicações. Por outro lado, candidatos com chance de um desfecho positivo acabam morrendo na fila de espera.
Até 2006, explicou Carneiro, a legislação brasileira adotava o critério cronológico para a distribuição de órgãos, ou seja, os mais antigos tinham prioridade na fila. Em 2007, no caso do fígado, o país adotou um sistema usado em praticamente todo o mundo conhecido como Meld (modelo para doença hepática em fase terminal, na sigla em inglês) – fórmula matemática que, levando em conta resultados de exames e outros indicativos do paciente, permite estimar o risco de morte caso o transplante não ocorra nos três meses seguintes. Quanto maior a nota, maior a prioridade.
“Nos países escandinavos, por exemplo, são transplantados em média pacientes com Meld de 20 a 22. Nos Estados Unidos, dependendo do estado, a média varia entre 20 e 28. Quando passa de 36, eles consideram que já é tarde demais para operar”, contou Carneiro.
Mas o escore médio dos operados no HC – principal centro transplantador do país– é de 34. Segundo Carneiro, há frequentemente casos de paciente operados no Brasil com Meld acima de 40.
“Isso tem impacto negativo na utilização dos órgãos, pois temos um índice alto de retransplante e de mortalidade. Perdemos cerca de 20 a 25% dos doentes após um ano, enquanto esse índice na Escandinávia é de apenas 8%. O sistema de saúde como um todo lá funciona melhor, então os pacientes chegam ao centro transplantador em melhor estado”, explicou Carneiro.
Para avaliar o impacto da adoção do Meld nos índices de sobrevida e de infecção do sítio cirúrgico (SSI, na sigla em inglês) no Brasil, os pesquisadores analisaram dados de 543 pacientes operados no HC entre 2002 e 2011 – totalizando 597 cirurgias em razão dos casos de retransplante.
De acordo com os resultados, o uso do escore Meld modificou a incidência e a epidemiologia da SSI apenas durante o primeiro ano de uso – sendo que a taxa média de infecção entre 2002 e 2006 foi de 30% e, entre 2007 e 2011, de 24%.
“Concluímos que a adoção do Meld em si não causou aumento da mortalidade. Os doentes que complicavam antes de 2007 são os mesmos que complicam hoje. Mas conseguimos estabelecer alguns fatores de risco para SSI”, contou Carneiro.
Embora o número de pacientes estudados ainda não seja suficiente para estabelecer uma espécie de nota de corte para transplante, Carneiro acredita que os pacientes em estado muito grave não seriam beneficiados com o tratamento. O estudo mostrou que têm mais risco de desenvolver SSI pessoas já submetidas a transplante anteriormente ou a diversas transfusões de sangue.
Outros fatores de risco encontrados, embora menos significantes, foram a dependência de diálise, infecção por citomegalovírus e tempo de isquemia fria (período em que o órgão fica em conservação no gelo) superior a 400 minutos.
Escassez de órgãos
Segundo Carneiro, apenas um terço dos pacientes que necessitam de um fígado consegue ser operado no HC. Atualmente, há 140 doentes atendidos pelo hospital na fila de espera. Em todo o país o número chega a 1.240, segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
“Estamos operando apenas os mais graves, pois não podemos ir contra a lei. Mas para diminuir a mortalidade precisamos selecionar melhor os doentes. Os resultados desse estudo podem dar subsídios para o Estado rever a política de distribuição de órgãos. O Ministério da Saúde deve divulgar uma nova portaria sobre o tema até outubro e esperamos incluir esses achados nas novas normas”, contou Carneiro.
Parte dos dados foi levantada por meio de um projeto apoiado pela FAPESP e coordenado pelo médico Edson Abdala, chefe da Equipe de Infectologia do Serviço de Transplantes do Aparelho Digestivo do HC. Outros autores do artigo também têm projetos apoiados pela FAPESP, entre elesEstela Regina Ramos FigueiraSilvia Figueiredo Costa e Carneiro.
A pesquisa será apresentada durante o 40º Curso de Atualização em Cirurgia do Aparelho Digestivo, Coloproctologia, Transplante de Órgãos do Aparelho Digestivo e Endoscopia (Gastrão), que ocorrerá entre 1º e 5 de julho no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
O artigo Surgical site infection in liver transplant recipients in the MELD era: Analysis of the epidemiology, risk factors, and outcomes (doi: 10.1002/lt.23682) pode ser lido em onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/lt.23682/abstract;jsessionid=7FC41F0EC99BD7F0849018D9767932BD.d01t04.

Fonte:
 http://agencia.fapesp.br/17490#.UdHmpOIJ1cw.email 

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Probabilidades de progressão da fibrose e da cirrose

01/07/2013 

Probabilidades de progressão da fibrose e da cirrose


Estudo realizado pelos hospitais dos veteranos de guerra dos Estados Unidos, um dos centros de maior experiência no tratamento da hepatite C do mundo, analisou os dados dos prontuários clínicos de 189.065 veteranos infectados com hepatite C (80% infectados com o genótipo 1) e entre esses os dados de prontuário de 102.851 infectados com o genótipo 1 permitiram elaborar estimativas sobre a probabilidade anual de progressão da fibrose e da cirrose em pacientes que nunca receberam qualquer tratamento antiviral. 

Os dados são interessantes e confirmam estimativas anteriores que estimam que entre a ocorrência da infecção até chegar a cirrose podem passar em media 25 anos. O estudo atual chegou a uma média de 30 anos, mas como são dados estatísticos de populações diferentes, devendo ainda se considerar que muitos dos veteranos de guerra estão sendo acompanhados e por tanto podem estar tomando cuidados preventivos, por tanto, a média encontrada coincide e valida a estimativa universalmente aceita de 25 anos de progressão quando considerada a população geral. 

O estudo não foi feito com a finalidade de calcular a progressão anual da fibrose. Retirei os dados de um excelente estudo de calculo do custo de tratamento da hepatite C utilizando interferon peguilado e ribavirina, boceprevir com interferon peguilado e ribavirina e telaprevir com interferon peguilado e ribavirina. 

IMPORTANTE: considerar a probabilidade anual de evoluir a fibrose ou cirrose como uma estimativa média, pois alguns podem evoluir muito mais rapidamente e outros mais devagar, isso porque cada organismo reage de forma diferente ao ataque do vírus ou porque alguns possuem outras condições ou doenças que aceleram a progressão da fibrose ou atacam o fígado, por tanto, as probabilidades devem servir somente como uma curiosidade e não como uma formula matemática aplicada a todos os infectados. 

Possibilidade de progressão anual da fibrose ou cirrose em infectados sem outras doenças ou condições: 

- F0 - entre 10,4% e 13% de possibilidade por ano para progredir para fibrose F1. 

- F1 - entre 7,5% e 9.6% de possibilidade por ano para progredir para fibrose F2. 

- F2 - entre 10,9% e 13,3% de possibilidade por ano para progredir para fibrose F3. 

- F3 - entre 10,4% e 12,9% de possibilidade por ano para progredir para fibrose F4 (Cirrose). 

- F4 (Cirrose) - entre 3,2% e 9,5% ao ano podem evoluir para a cirrose descompensada. 

- F4 (Cirrose) - entre 1,7% e 5% ao ano podem evoluir para o câncer no fígado. 

- F4 (Cirrose) - em pacientes curados (com resposta sustentada) entre 0,5% e 1,5% ao ano podem evoluir para a cirrose descompensada. 

- F4 (Cirrose) - em pacientes curados (com resposta sustentada) não foram encontrados casos de evolução para o câncer de fígado. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Dados constantes em: Cost-Effectiveness Analysis of Direct-Acting Antiviral Therapy for Treatment-Naïve Patients with Chronic Hepatitis C Genotype 1 Infection in the Veterans Health Administration - Kee Chan, PhD, Mai Ngan Lai, MD, Erik J. Groessl, PhD, Amresh D. Hanchate, PhD, John B. Wong, MD, Jack A. Clark, PhD, Steven M. Asch, MD MPH, Allen L. Gifford, MD, and Samuel B. Ho, MD - Clinical Gastroenterology and Hepatology June 2013 - Accepted Manuscript 


Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com 

A menor nível de vitamina D maior fibrose no fígado

01/07/2013 

A menor nível de vitamina D maior fibrose no fígado


A questão-chave em pacientes com hepatite C é a progressão da fibrose hepática em consequência dos danos nos tecidos do fígado causados por uma infecção viral, com o desenvolvimento de cirrose e suas complicações. 

Vários fatores de risco já são bem conhecidos para acelerar a progressão da fibrose os quais incluem a necro inflamação do fígado, a maior idade do paciente, o consumo de álcool, o tempo passado desde que aconteceu a infecção, as co-infecções que possam existir, alterações metabólicas, esteatose, a resistência à insulina, e a menopausa, todos eles afetam o grau de fibrose hepática. 

Neste jogo complexo e interessante entre fígado e fatores metabólicos, cada vez existem mais evidências que sugerem também um papel importante da vitamina D sobre a gravidade da doença hepática em pacientes com hepatite C. 

Estudo realizado na Itália em 260 infectados com o genótipo 1 confirma pesquisas anteriores que mostram que a vitamina D exerce um efeito protetor, inibindo a proliferação de células estreladas e sua ativação profibrogenica. 

Concluem os pesquisadores que a vitamina D tem, por tanto, um papel relevante em pacientes infectados com hepatite C, e seu metabolismo é regulado por vários fatores ambientais, em particular pela ação direta da luz do sol. 

MEU COMENTÁRIO 

Posso parecer obsessivo, mas sempre insisto na importância da vitamina D no metabolismo do organismo. Não somente em infectados com as hepatites B e C, mas também em transplantados, pacientes com câncer, diabéticos, doenças autoimunes e muitas outras, pois esta mais que comprovado que pessoas com essas doenças que tenham níveis baixos de vitamina D apresentam maior aceleração na progressão da doença e menor possibilidade de cura com os tratamentos. 

O teste que mede a vitamina D é chamada de 25-hidroxi-vitamina D e atualmente se recomenda como mínimo um nível de 32 mcg / L 

Muitos alimentos, em especial a leite e seus derivados são excelentes fontes de vitamina D. Existem também suplementos orais, mas para que a vitamina D seja metabolizada pelo organismo é necessário que a pessoa tome sol, entre 15 e 30 minutos do sol mais forte, entre as 10.00 e 15 horas do dia, sem protetor solar. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Association of Vitamin D Serum Levels and Its Common Genetic Determinants, With Severity of Liver Fibrosis in Genotype 1 Chronic Hepatitis C Patients - S. Petta, S. Grimaudo, V. D. Marco, C. Scazzone, F. S. Macaluso, C. Cammà, D. Cabibi, R. Pipitone, A. Craxì - J Viral Hepat. 2013;20(7):486-493. 


Carlos Varaldo
www.hepato.com
hepato@hepato.com