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domingo, 24 de fevereiro de 2013


18/02/2013


Transmissão da hepatite C entre casais heterossexuais monogâmicos


Pesquisa publicada em "Hepatology" em 7 de fevereiro de 2013 demonstra com os resultados o risco quantificável de transmissão sexual da hepatite que pode existir em longo prazo de relacionamento quando um dos parceiros está infectado com hepatite C.

Ainda, lamentavelmente e a pesar de muitos estudos já publicados, a transmissão sexual da hepatite C permanece controversa, muitas vezes com informações totalmente sem base científica, confundindo a transmissão com a facilidade que existe na hepatite B ou a AIDS, criando dessa forma informações inverídicas sobre a transmissão da hepatite C.

A nova pesquisa foi resultado de um estudo transversal de pessoas infectadas com hepatite C e seus parceiros, para estimar o risco de infecção entre casais heterossexuais monogâmicos. Um total de 500 infectados com hepatite C e seus parceiros foram incluídos, todos eles sem co-infecção com o vírus da AIDS.

Os casais foram entrevistados separadamente para conhecer os fatores de risco para a infecção, conhecendo as práticas sexuais e o compartilhamento de artigos de higiene, como alicates de unhas, laminas de barbear, escovas de dentes, etc.

As amostras de sangue de todos os infectados e seus parceiros foram testadas para anticorpos (anti-HCV) HCV-RNA (carga viral), genótipo e serotipo (família do genótipo). Quando em um casal existia o mesmo genótipo foi realizado o sequenciamento e analise filogenética para determinar se o genótipo era concordante, isto é, da mesma família de vírus.

A idade média dos casais era de 49 anos (entre 29 e 79 anos) e a atividade sexual entre eles era em média de 15 anos (entre 2 e 52 anos de vida sexual conjunta).

Entre os 500 casais foram encontrados 20 nos quais os dois estavam infectados com hepatite C, representando 4% do total, mas somente 9 casais possuíam o mesmo genótipo / sorotipo, mas ao se fazer o sequenciamento do vírus somente em três casais pode se afirmar que a transmissão da hepatite C foi ocasionada pelo parceiro, o que representa somente 0,6% de prevalência de uma possível transmissão sexual ou pelo compartilhamento de artigos de higiene.

No total foram estudados 8.377 pessoas-ano e a taxa máxima de transmissão da hepatite C pelo sexo foi de 0,07% ao ano ou de aproximadamente uma possibilidade a cada 190.000 contatos sexuais. Nenhuma pratica especifica de sexo entre os casais estava relacionada com maior ou menos possibilidade de transmissão da hepatite C.

Concluem os autores que além do risco extremamente baixo de acontecer a transmissão sexual em parceiros heterossexuais monogâmicos, a falta de associação com as praticas sexuais utilizadas fornece mensagens de aconselhamento sexual inequívocos e reconfortantes.

MEU COMENTÁRIO

Passadas duas décadas do descobrimento da hepatite C uma infinidade de pesquisas e estudos demonstram que não se trata de uma doença de transmissão sexual.

Lamentavelmente parece mentira que ainda existam pessoas desinformadas, de má fé, ou que de forma proposital insistem em colocar a hepatite C como uma doença de transmissão sexual. Pior ainda, é triste ver que existem paginas na internet, inclusive de governos, que cometem um crime ao colocar que a hepatite C é de transmissão sexual.

Concordo que em toda relação sexual deva ser recomendado usar preservativo, mas informar que a hepatite C é uma doença sexualmente transmissível é uma atitude irresponsável, ignorante, de total desconhecimento de quem cuida da doença em nível de governo. Até quando esses governos, que deveriam informar corretamente continuarão a odiar os infectados com hepatite C?

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Sexual transmission of hepatitis C virus among monogamous heterosexual couples: The HCV partners study - Norah A. Terrault, Jennifer L. Dodge,Edward L. Murphy, John E. Tavis, Alexi Kiss, T. R. Levin, Robert G. Gish, Michael P. Busch, Arthur L. Reingold, Miriam J. Alter - Hepatology - Article first published online: 7 FEB 2013 - DOI: 10.1002/hep.26164 


Carlos Varaldo
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18/02/2013


Incorporação da vacina de hepatite A na rotina do Programa Nacional de Imunização

PORTARIA N 2, DE 18 DE JANEIRO DE 2013


Torna pública a decisão de incorporar a vacina de hepatite A na rotina do Programa Nacional de Imunização do Sistema Único de Saúde (SUS).

O SECRETÁRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INSUMOS ESTRATÉGICOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, no uso de suas atribuições legais e com base nos termos dos art. 20 e art. 23 do Decreto 7.646, de 21 de dezembro de 2011, resolve:

Art. 1º Fica incorporado no SUS a vacina de hepatite A na rotina do Programa Nacional de imunização.

Art. 2º Conforme determina o art. 25 do Decreto 7.646, as áreas técnicas do Ministério da Saúde terão prazo máximo de cento e oitenta dias para efetivar a oferta ao SUS. A documentação objeto desta decisão está à disposição dos interessados no endereço eletrônico:http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=1611

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


CARLOS AUGUSTO GRABOIS GADELHA
SECRETÁRIO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INSUMOS ESTRATÉGICOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE


Carlos Varaldo
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25/02/2013


O perigo dos suplementos de ervas para redução do peso


No DDW de 2012 foi apresentado que 18% das lesões ao fígado nos Estados Unidos são ocasionadas por suplementos de ervas utilizados para emagrecimento. Os pacientes que tomam suplementos de ervas podem estar em risco de prejudicar seu fígado de forma grave, o suficiente para precisar de um transplante de fígado.

O dado é do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos mostrando que o número de casos graves pelo uso dos suplementos de ervas está aumentado a cada ano em levantamento realizado entre 2003 e 2011. Não aconteceram mortes, mas 7% dos pacientes tiveram que ser submetidos a um transplante de fígado, uma dado que assusta pela sua gravidade.

De 679 casos de lesão hepática, 93 foram atribuídos a ervas ou suplementos alimentares. Esses pacientes tendem a ser mais jovens do que aqueles que têm lesões hepáticas semelhantes devido a outros medicamentos que podem causar danos ao fígado.

A maioria dos pacientes (66%) teve que ser hospitalizada e 11% desenvolveram alterações da função hepática, que persistiu por pelo menos 6 meses. A mediana da transaminase ALT no diagnóstico era de 533 U / L, a fosfatasse alcalina era de 166 U / L, e a bilirrubina total era de 7 mg / dL.

Os sintomas desses pacientes com lesão hepática pelo uso de suplementos de ervas incluíam:

Icterícia (78% dos pacientes)

Náusea (60% dos pacientes)

Prurido (58% dos pacientes)

Dor abdominal (47% dos pacientes)

A maioria dos pacientes (60%) usou apenas um tipo de suplemento, enquanto 23% usaram dois ou mais suplementos e 16% faziam uso de pelo menos um suplemento em simultâneo com medicamentos prescritos para alguma doença.

MEU COMENTÁRIO

Suplementos alimentares a base de ervas não podem ser utilizados como se fosse um alimento. Por serem de ervas, "ditos naturais" não podem ser considerados totalmente seguros para a saúde. Existem medicamentos fitoterápicos que provavelmente são seguros e até podem conseguir benefícios para as pessoas, mas não todos os fitoterápicos podem ser considerados seguros.

Cuidado! Antes de tomar qualquer suplemento de ervas consulte seu médico, em especial se você já tem alguma doença que ataca o fígado.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Navarro VJ, et al "Herbal and dietary supplement induced hepatotoxicity in the U.S." DDW 2012; Abstract 167. 


Carlos Varaldo
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25/02/2013


Exames de laboratório necessários antes de iniciar o tratamento da hepatite C


Falei no artigo anterior sobre os exames físicos que por segurança são necessários de efetuar pelo profissional de saúde antes de iniciar o tratamento da hepatite C.

Vamos então falar sobre os principais exames de laboratório, também de fundamental importância, esclarecendo que o médico poderá, ainda, solicitar muitos outros, conforme a necessidade e sua interpretação de dados complementares.

- Hemograma completo - Avalia a anemia, leucopenia e trombocitopenia. Também determina a deficiência de ferro antes do tratamento.

- Creatinina - Fundamental para avaliar a existência de doenças nos rins que podem afetar a dosagem da ribavirina. Serve também para diagnosticar possível causa da doença renal.

- Transaminases - As transaminases são as enzimas hepáticas ALT, AST e GGT mediante as quais é possível determinar o grau inicial de inflamação no fígado, mas não serve para diagnosticar a causa de inflamação.

- Função hepática - Determina a função hepática mediante os resultados de albumina, INR e bilirrubina.

- TSH - Para identificar anormalidades existentes na tiroide.

- Anti-HIV - Exame para diagnosticar a infecção pelo HIV (AIDS) o que pode determinar um tratamento diferenciado da hepatite C em pacientes co-infectados HIV/HCV. No tratamento com inibidores de proteases a interação medicamentosa com medicamentos para o tratamento da AIDS pode ser altamente perigosa.

- Hepatite B - Necessidade de efetuar os testes HBV (HBsAg, anti-HBs Ab e anti-HBc Ac para diagnosticar a presença ou ausência de imunidade, co-infecção HBV/HCV ativa ou a hepatite B já curada. Pacientes curados da hepatite B correm o risco de reativar a hepatite B após o tratamento da hepatite C.

- Ferro (saturação) - Necessário para identificar pacientes que sofrem de hemacromatose.

- Gravidez - Obrigatório em mulheres, para garantir com total segurança que a paciente não está gravida.

Carlos Varaldo
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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013



Medicina Baseada em Evidencias


1 - FDA encontra uma formula para determinar se um infectado com hepatite C é um respondedor nulo, respondedor parcial, recidivante ou respondedor pleno. 

2 - FDA recomenda alteração da bula do Boceprevir para tratamento de respondedores nulos.
 

A medicina não é uma ciência exata onde 2 mais 2 nunca é igual a quatro, assim, os avanços em medicinas acontecem em função das evidencias que a observação das doenças e seus tratamentos fornecem. Foi o que está acontecendo quando um grupo de pesquisadores do FDA - Food and Drug Administration - organismo do governo dos Estados Unidos encontrou ao revisar os dados dos ensaios clínicos que o fabricante realizou para aprovação do Boceprevir. 

O relatório do FDA resultou em uma recomendação para alteração da bula do Boceprevir e, também, foi encontrada uma formula para determinar qual a possibilidade de resposta ao tratamento de um infectado. O ensaio clínico para retratamento utilizando o Boceprevir (também aconteceu com o Telaprevir) classificava os pacientes conforme o resultado do tratamento anterior, mas devido à dificuldade de identificar com segurança pelo histórico clínico se cada paciente teve adesão total aos medicamentos tal apreciação nunca foi totalmente confiável. O FDA encontrou que a redução da carga viral na semana 4, seja para pacientes novos ou em retratamento, que recebem interferon peguilado e ribavirina, é um método seguro para determinar se o infectado se trata de um respondedor nulo, respondedor parcial, recidivante ou respondedor pleno. 

O abstract da publicação on-line (prévia) da Hepatology se encontra emhttp://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/hep.25843/abstract 

Vamos então as conclusões do estudo, sempre esclarecendo que foi realizado para infectados com o genótipo 1 da hepatite C. 


1 - FDA encontra uma formula para determinar se um infectado com hepatite C é um respondedor nulo, respondedor parcial, recidivante ou respondedor pleno.


O estudo realizado pelo FDA tomou como base o desenho aprovado para realização do ensaio clínico do Boceprevir. Ao analisar os dados referentes a pacientes em retratamento foi encontrado um erro na classificação de quem era considerado como respondedor nulo a um tratamento anterior no ensaio clínico RESPOND-II, interrompendo o retratamento com Boceprevir em função dos resultados da carga viral nas semanas seguintes a sua introdução. Pessoalmente achei interessante observar que o desenho do ensaio clínico, feito pelo próprio fabricante, acabou prejudicando o resultado e agora, um organismo regulador encontra o problema e sugere alterar o fluxograma de tratamento, uma coisa verdadeiramente inusitada, rara de acontecer. 

O FDA analisou todos os dados de resposta terapêutica dos ensaios clínicos apresentados para aprovação do Boceprevir, o SPRINT-II e o RESPOND-II, que incluíam pacientes para um primeiro tratamento e pacientes não respondedores a um tratamento anterior. Nos dois ensaios clínicos durante as primeiras quatro semanas todos os infectados recebiam somente interferon peguilado e ribavirina e conforme a resposta na semana quatro era introduzido o Boceprevir. A partir desse ponto o tratamento era guiado pela resposta na redução da carga viral, a qual determinava a duração do tratamento ou quando ele deveria ser interrompido. 

Tal desenho dos ensaios clínicos permitiu aos pesquisadores do FDA utilizar os dados do lead-in (resposta na semana 4) encontrando uma formula para determinar se cada paciente em particular era um respondedor nulo, respondedor parcial, recidivante ou respondedor pleno, conforme a redução da carga viral. Sem me alongar muito vamos ao que interessa que são os resultados encontrados. 

1 - PACIENTE NULO DE RESPOSTA 

Em caso de retratamento não mais interessa como foi o resultado do tratamento anterior e até nos infectados que estarão recebendo tratamento pela primeira vez passa a ser possível identificar quem será nulo de resposta se utilizar somente interferon peguilado e ribavirina. 

Os pesquisadores do FDA encontraram que se na semana quatro do tratamento efetuado com interferon peguilado e ribavirina a redução da carga viral for inferior a 0,5 Log esse paciente é totalmente NULO DE RESPOSTA ao interferon, indicando que se realizar o tratamento em 48 semanas utilizando interferon peguilado e ribavirina a possibilidade de cura é ZERO, por tanto, a introdução de um dos inibidores de proteases, Boceprevir ou Telaprevir, passa a ser necessária (eu diria obrigatória), passando então a ter uma possibilidade de cura de aproximadamente 30%. 

2 - PACIENTE RESPONDEDOR PARCIAL 

Uma redução inferior a 1,6 Log na semana quatro do tratamento com interferon peguilado e ribavirina identifica um infectado que é, ou será RESPONDEDOR PARCIAL, indicando que se continuar o tratamento com interferon peguilado e ribavirina a possibilidade de cura será pobre, de uns 25 ou 30%, devendo então ser introduzido um dos inibidores de proteases, Boceprevir ou Telaprevir quando então a taxa de cura passa dos 60%. 

3 - PACIENTE RECIDIVANTE 

Uma redução inferior a 2,6 Log na semana quatro do tratamento com interferon peguilado e ribavirina identifica um infectado que é, ou será RECIDIVANTE. Se continuar o tratamento de 48 semanas com interferon peguilado e ribavirina, nos seis meses seguintes ao final do tratamento o vírus voltará a estar presente no organismo, perdendo o tratamento. A introdução de um dos inibidores de proteases, Boceprevir ou Telaprevir após a semana quatro proporcionará uma possibilidade de cura entre 60 e 80%. 

4 - PACIENTE RESPONDEDOR PLENO AO INTERFERON 

Uma redução superior a 3,4 Log na semana quatro do tratamento com interferon peguilado e ribavirina identifica um infectado que é altamente respondedor ao tratamento com interferon peguilado e ribavirina. Nesses casos o tratamento deve continuar por 48 semanas somente com interferon peguilado e ribavirina, não se recomendando a introdução de qualquer inibidor de proteases. A possibilidade de cura é de aproximadamente 80% com o tratamento tradicional ou com os inibidores de proteases, ou seja, não se consegue nenhum beneficio se introduzir um dos inibidores de proteases. A única consequência será aumentar os efeitos adversos e colaterais. 


2 - FDA recomenda alteração da bula do Boceprevir para tratamento de respondedores nulos.


O estudo realizado pelos pesquisadores do FDA - Food and Drug Administration - foi publicado previamente na edição on-line da revista Hepatology de 29 de janeiro de 2013, resultando em uma recomendação para mudanças na bula do Boceprevir no relativo ao controle do tempo de tratamento conforme a redução da carga viral, resultando especialmente em alteração em relação aos pacientes NULOS DE RESPOSTA, passando a recomendar nesses pacientes o tratamento com 44 semanas de Boceprevir para se conseguir uma possibilidade de cura entre 28 e 30%. Somente após a aprovação das mudanças na bula comentarei ao respeito, por enquanto estou me guiando pela recomendação realizada. 

MEU COMENTÁRIO 

Fica evidente que ao estabelecer os parâmetros dos ensaios clínicos do Boceprevir, SPRINT-II e o RESPOND-II, os pesquisadores colocaram cortes para seleção de pacientes com a intenção de determinar o tempo de tratamento ou da interrupção da terapia, mas por tentar ser totalmente prudentes quanto à segurança dos pacientes acabaram, curiosamente, prejudicando os resultados que esperavam obter e, que agora é alguém fora da empresa que encontra onde estava o problema. 

Se o problema tivesse sido encontrado pela própria empresa eu estaria até receoso em confiar nos resultados publicados, mas por ser um estudo independente, onde o próprio FDA encontrou a falha, não posso acreditar que se trate de marketing e sim de uma evidencia científica que em muito vai ajudar os médicos para poder realizar de forma simples e pratica a melhor estratégia de tratamento para cada paciente, de forma individualizada. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
Boceprevir dosing for late responders and null responders: The role of bridging data between treatment-naïve and -experienced subjects - Jeffry Florian, Pravin R. Jadhav, Shashi Amur, Ruben Ayala, Patrick Harrington, Poonam Mishra, Jules O'Rear, Michael Pacanowski, Sarah Robertson,Mary Singer, Greg Soon, Wen Zeng, Jeffrey Murray - (US Food and Drug Administration ) - Hepatology - Article first published online: 29 JAN 2013 - DOI: 10.1002/hep.25843 - American Association for the Study of Liver Diseases. 


Carlos Varaldo
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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Nem sempre a culpa é do fígado
Você extrapola no pernil, exagera na maionese e abusa do álcool. No dia seguinte, ao acordar com a sensação de que foi atropelado, já dá o diagnóstico: é o fígado.
E tome chazinho de boldo e remédio "hepático". Mas o fígado, provavelmente, não é o responsável pelo incômodo sentido. Ele costuma sofrer em silêncio. É isso, aliás, o que mais preocupa os médicos da área: "O indivíduo pode passar anos desenvolvendo uma hepatite (como a alcoólica ou a causado por vírus) e não manifestar sintomas. Muitas vezes, quando a doença é descoberta já se transformou em cirrose", diz Hugo Cheinquer, professor de gastroenterologia e hepatologia da faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Os efeitos da ceia de Natal não chegam a chamar a atenção dos médicos. "A chance de você tomar um porre e adoecer do fígado é mínima. Mesmo quando estamos falando de bebedores contumazes, nem todos são acometidos pela hepatite alcoólica. Os ocasionais, menos ainda", diz Mario Kondo, professor adjunto de gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo. A comida, então, passa longe das preocupações desses médicos. "Não tem um alimento que machuque o fígado.
O que pode causar doença é o estilo de vida", diz Cheinquer. Por estilo de vida ele quer dizer sedentarismo e hábitos que levam à obesidade. Nesses casos, é possível a pessoa desenvolver um distúrbio chamado esteatohepatite não-alcoólica, que pode levar a quadros graves, como a cirrose, mas que, também, é sofrido silenciosamente pelo fígado até manifestar os sintomas. Portanto, o desconforto causado por um excesso ocasional de comidas gordurosas ou doces não é uma manifestação do fígado. "Comidas gordurosas podem fazer a vesícula biliar "reclamar", não o fígado", explica Kondo. O gosto amargo na boca e a presença de bile no vômito são manifestações da vesícula. Como a bile é produzida no fígado, é ele quem leva a culpa.
Cuidado com os exageros: embora os médicos digam que uma extrapolada de vez em quando não faz diferença, eles lembram que há um risco, embora mínimo, de uma hepatite alcoólica aguda, no caso de a pessoa beber uma quantidade muitíssimas vezes maior do que a habitual. É raro, mas não dá para prever o limite de cada organismo. No caso do estrago mais comum -a popular ressaca-, o melhor é "deixar quieto". "O fígado tem uma capacidade de regeneração especial. Se a pessoa não tiver doenças prévias, ele consegue refazer suas células sem deixar cicatrizes", conta Cheinquer. Portanto, repouso, comidinhas leves e muito líquido ainda são os melhores remédios.
02/02/2013 


Boceprevir ou telaprevir, qual é o melhor?


É indiscutível que o tratamento triplo utilizando os inibidores de proteases boceprevir ou telaprevir é muito, muitíssimo, mais eficaz que o tratamento tradicional com interferon peguilado e ribavirina no tratamento do genótipo 1 da hepatite C. Mas por serem medicamentos novos ainda existem poucos dados sobre efeitos que possam vir a acontecer em longo prazo.

O jornal "Clinical Infectious Diseases" acaba de publicar uma pesquisa que fez uma revisão sistemática e de meta-analise de tudo o que já foi publicado na utilização dos inibidores de proteases. Foram identificadas 499 estudos considerados relevantes, mas apenas 10 deles preenchiam os critérios de inclusão que possibilitariam uma comparação independente. Os estudos selecionados incluíam pacientes que nunca antes tinham sido tratados com qualquer interferon, pacientes que não responderam a um tratamento anterior com interferon peguilado e ribavirina, com recidivantes, não respondedores e nulos de tratamento. 

Sem alongar o assunto vamos então aos resultados encontrados. 

PACIENTES NUNCA ANTES TRATADOS QUE RECEBERAM A TERAPIA TRIPLA (Genótipo 1

- O tratamento com boceprevir, interferon peguilado e ribavirina apresenta uma possibilidade de cura 3,06 vezes maior que se o paciente for tratado com o tratamento tradicional utilizando interferon peguilado e ribavirina (1.417 pacientes tratados). 

- O tratamento com telaprevir, interferon peguilado e ribavirina apresenta uma possibilidade de cura 3,24 vezes maior que se o paciente for tratado com o tratamento tradicional utilizando interferon peguilado e ribavirina (1.309 pacientes tratados). 

- Ao comparar a possibilidade de cura utilizando telaprevir ou boceprevir, os pesquisadores informam que não existem diferenças estatísticas significantes entre os dois medicamentos. O telaprevir foi somente 6% melhor que o boceprevir. 

RETRATAMENTO DE PACIENTES NÃO RESPONDEDORES A UM TRATAMENTO ANTERIOR (Genótipo 1) 

- O retratamento com boceprevir, interferon peguilado e ribavirina apresenta uma possibilidade de cura 6,53 vezes maior que se o paciente for retratado com o tratamento tradicional utilizando interferon peguilado e ribavirina (604 pacientes retratados). 

- O retratamento com telaprevir, interferon peguilado e ribavirina apresenta uma possibilidade de cura 8,32 vezes maior que se o paciente for retratado com o tratamento tradicional utilizando interferon peguilado e ribavirina (891 pacientes retratados). 

- Ao comparar a possibilidade de cura utilizando no retratamento telaprevir ou boceprevir, os pesquisadores informam que o telaprevir apresentou uma resposta terapêutica superior, de 1,27 vezes melhor que o boceprevir. 

Concluem os autores que o telaprevir teve maior eficácia em pacientes não respondedores a um tratamento anterior, mas que em pacientes nunca antes tratados a eficácia dos dois inibidores de proteases é similar. Informam também que pelos dados publicados não é possível comparar se existem diferenças de eficácia relativa em pacientes com cirrose. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
J Kieran, S Schmitz, A O'Leary, et al. The Relative Efficacy of Boceprevir and Telaprevir in the Treatment of Hepatitis C Virus Genotype 1. Clinical Infectious Diseases 56(2):228-235. January 15, 2013. 


Carlos Varaldo
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Carlos Varaldo e o Grupo Otimismo declaram não possuir conflitos de interesse com eventuais patrocinadores das diversas atividades.
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07/02/2013 


Exemplar enfrentamento das hepatites B e C nos Estados Unidos


Comete um crime quem enfrenta as hepatites B e C seguindo a política do avestruz


As pessoas nascidas entre os anos de 1945 e 1964 representam a maior proporção de infectados com as hepatites B e C, e esses vírus são uma importante causa de morte, de acordo a uma pesquisa publicada no mês de janeiro na revista Clinical Infectious Diseases. 

A progressão dos danos causados pelas hepatites B e C, levando a cirroses, o câncer e até a morte já são conhecidos, mas as implicações no "mundo real" da saúde pública ainda não são totalmente conhecidas, apesar de ser alarmante para os governos e autoridades de saúde saber que se encontram perante uma epidemia que afeta entre 7 e 10 vezes mais indivíduos que a AIDS e que desde a metade da década passada passou a matar mais pessoas que a AIDS. 

Os Estados Unidos, cientes da responsabilidade que isso representa realizou por meio do CDC - Centro de Controle de Doenças, um estudo sobre os registros médicos eletrônicos de mais de 1,6 milhões de pacientes adultos, com dados entre janeiro de 2006 e dezembro de 2010, das quais foram selecionados os históricos clínicos de 2.202 pessoas infectadas com hepatite B e 8.810 infectadas com hepatite C. Os resultados encontrados são os seguintes: 

- A metade dos infectados com hepatite B estavam na faixa de idade entre 44 e 63 anos. 

- 57% dos infectados com hepatite B eram do sexo masculino. 

- 75% dos infectados com hepatite C estavam na faixa de idade entre 44 e 63 anos. 

- 60% dos infectados com hepatite C eram do sexo masculino. 

- Dos infectados com hepatite C que foram testados para HIV, a co-infecção foi encontrada em 3% deles. 

- Entre os anos de 2001 e 2010, 22 dos pacientes com hepatite B e 38% dos pacientes com hepatite C foram submetidos a uma biopsia do fígado. 

- Entre os anos de 2001 e 2010 38% dos pacientes com hepatite B e 44% dos pacientes com hepatite C foram hospitalizados. 

- 9% dos pacientes que recebiam cuidados médicos para acompanhamento ou tratamento da hepatite B morreram entre os anos de 2006 e 2010, representando 21,6 mortes a cada 1.000 infectados a cada ano. A maioria das mortes aconteceram em pacientes nascidas entre os anos de 1945 e 1964. 

- 14% dos pacientes que recebiam cuidados médicos para acompanhamento ou tratamento da hepatite C morreram entre os anos de 2006 e 2010, representando 33 mortes a cada 1.000 infectados a cada ano. A maioria das mortes aconteceram em pacientes nascidas entre os anos de 1945 e 1964. 

Os pesquisadores confirmam que a taxa de mortalidade nos infectados com hepatite C é três vezes superior a taxa de mortes na população em geral. Além disso, a idade dos mortos por culpa de hepatite C acontece em uma idade relativamente jovem, em media aos 57 anos.

Concluem os autores que os resultados mostram a urgente necessidade de encontrar o maior número de infectados que nasceram entre os anos de 1945 e 1954, preparando a infraestrutura necessária para oferecer atenção médica e se necessário tratamento. 

MEU COMENTÁRIO

Exemplar a conduta do governo dos Estados Unidos demonstrando preocupação com o custo social que representa a epidemia das hepatites B e C, as quais afetam entre 7 e 10 vezes mais indivíduos que o HIV, mata mais que a AIDS, mas que lamentavelmente não recebe a atenção necessária dos governos. 

A solução no enfrentamento das hepatites B e C certamente não encontrará resultados realizando campanhas para que as pessoas usem preservativos nas relações sexuais. Isso é tentar esconder o problema da população, uma política de "avestruz".

(Diz a sabedoria popular que as avestruzes para ignorar um problema colocam a cabeça num buraco, dessa forma, sem enxergar o problema, acham que ele não existe, não tomando então nenhuma providencia para solucionar o problema). 

Também, não serão conseguidos resultados colocando a estratégia do enfrentamento das hepatites aos cuidados dos serviços que existem para AIDS. O primeiro passo, caso exista real seriedade e vontade política é criar a nível federal uma estrutura de planejamento estratégica que possa desenhar o enfrentamento com visão para os próximos cinco anos. 

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:
AC Moorman, SC Gordon, LB Rupp. Baseline Characteristics and Mortality among People in Care for Chronic Viral Hepatitis: The Chronic Hepatitis Cohort Study. Clinical Infectious Diseases 56(1):40-50. January 1, 2013. 


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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013


Atenção - Nova forma de acessar as matérias


Atualmente existem diferentes filtros de "spam" que rejeitam mensagens de e-mail. Alguns deles avaliam que se num e-mail constam vários links o mesmo pode ser propaganda não solicitada e portanto o provedor rejeita a entrega. 

Por tal motivo não mais colocaremos os links dos artigos. Os interessados na sua leitura deverão aceder pela nossa página WWW.HEPATO.COM entrando na seção em Português. Os artigos estão colocados por data de publicação e após 90 dias são colocados na seção correspondente. 

Desculpem o fato de ter que realizar mais um passo, mas devemos nos adaptar a realidade da internet. 




Boceprevir ou telaprevir, qual é o melhor?
O jornal "Clinical Infectious Diseases" acaba de publicar uma pesquisa que fez uma revisão sistemática e de meta-analise de tudo o que já foi publicado na utilização dos inibidores de proteases. 

Leia a matéria completa na nossa página na internet. 


Pegasys ou PegIntron - Qual o mais efetivo no tratamento da hepatite C?
Novos medicamentos estão chegando ao mercado, já temos os inibidores de proteases e nos próximos anos vamos ter medicamentos orais que permitem tratamentos com ou sem interferon, mas é evidente que o interferon peguilado ainda será utilizado por muitos anos no tratamento da hepatite C. 

Leia a matéria completa na nossa página na internet. 


Pegasys ou PegIntron - Qual preferem os médicos no Brasil para tratar a hepatite C?
Resultado do levantamento que realizamos com dados oficiais do ministério da saúde. 

Leia a matéria completa na nossa página na internet. 


O Jornal O Globo tenta se desculpar (ou melhor dito, procura colocar a culpa no governo)
Aqueles que reclamaram sobre a matéria do Jornal O Globo recebiam uma resposta padrão informando que é o ministério da saúde que fala em transmissão sexual da hepatite C. Replicamos para que esclareçam que o ministério coloca a transmissão sexual ao final de varias formas de transmissão e, ainda, destacando entre parêntesis (forma mais rara de infecção) fato esse ignorado pelo jornalista ao escrever o texto. Trocamos vários e-mails com os editores e até oferecemos testar gratuitamente todos os funcionários do Jornal, o que ficaram de estudar. O único que conseguimos até agora foi uma espécie de esclarecimento na página na internet, mas vamos continuar pressionando.  Seria bom se o ministério e a Sociedade Brasileira de Hepatologia se pronunciassem, em demonstração que estão do lado dos pacientes.

Hoje o Jornal O Globo coloca na Internet (não no jornal impresso como seria correto) uma matéria com o título "MINISTÉRIO DA SAÚDE RECOMENDA USO DE PRESERVATIVO PARA PREVENÇÃO DA HEPATITE C" e como subtítulos:
- Apesar de doença ser raramente transmitida com sexo inseguro, departamento dá recomendação com base na literatura científica sobre o assunto.

- Maior parte dos casos de infecção ocorre com compartilhamento de seringas e materiais cortantes contaminados e transfusão de sangue infectado.


(encontrado em 
http://oglobo.globo.com/saude/ministerio-da-saude-recomenda-uso-de-preservativo-para-prevencao-da-hepatite-c-7468412#ixzz2JjXGVkAc )

No artigo em questão é entrevistada a coordenadora-geral da unidade de Direitos Humanos, Riscos e Vulnerabilidade do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Ellen Zita, a qual explica que o portador de hepatite C, assim como qualquer outra pessoa, não pode deixar de usar preservativo nas relações sexuais. 

MEU COMENTÁRIO:

Uma coisa é recomendar o uso do preservativo em todas as relações sexuais, isso é educação em saúde pública, mas o ministério da saúde devido à forma como coloca na sua página na internet leva a induzir ao erro como fez o jornal, dando a entender que a hepatite C é uma doença de transmissão sexual. A página do ministério da saúde deve ser imediatamente corrigida para evitar esses erros de interpretação que aumentam o estigma dos infectados. 

Porque o ministério da saúde não informa também que a gripe é uma doença de transmissão sexual? Isso porque se um dos parceiros está gripado certamente o outro parceiro também estará doente daqui a poucos dias. Colocar todos os ovos na mesma cesta leva a erros que estigmatizam, que desinformam a população. Tentam educar, mas perdem o sentido daquilo que é lógico e objetivo. 

Todas as doenças não podem ser vistas com o olho dos especialistas em AIDS, como está acontecendo com as campanhas para uso do preservativo. É um erro crasso o que estão cometendo. Os infectologistas do departamento de AIDS podem entender de hepatite C, mas estão 99% preocupados com AIDS, por isso o enfrentamento da epidemia de hepatite C, desde que passou a ser cuidada pelo Departamento DST/AIDS fracassou. São quatro anos perdidos em que não se supera o número de 11.500 pacientes em tratamento. 

A forma como a epidemia de hepatite C está sendo cuidada me fez lembrar o que Charles Darwin escreveu em "A origem das Espécies". Ele colocou que "As espécies são capazes de desenvolver instintos que as protegem, mas nenhuma espécie desenvolve instintos em beneficio de outra". Então, alguém acha possível que a "espécie AIDS" poderá desenvolver um plano em beneficio da "espécie hepatite C"? 


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sábado, 2 de fevereiro de 2013





Triste desinformação

Com o titulo de SUPER-CONTAMINADORES o Jornal O Globo de hoje inicia matéria de ½ página assim: A HEPATITE C, DOENÇA SEXUALMENTE TRANSMISSIVEL" artigo assinado pelo jornalista DUILO VICTOR


O artigo em questão trata sobre a transmissão da hepatite C entre usuários de drogas injetáveis. O jornalista corretamente consultou a Sociedade Brasileira de Hepatologia, a qual informou, segundo consta no jornal, que no Brasil o uso de drogas é na sua grande maioria inalada ou aspirada, poucos utilizam drogas injetáveis na atualidade, situação totalmente diferente a existente na Europa, onde foi feita a pesquisa. 

Em relação a afirmação colocada em destaque na abertura da publicação, certamente que o jornalista não perguntou a Sociedade Brasileira de Hepatologia se a hepatite C e uma doença sexualmente transmissível, pois teria tido um tremendo NÃO como resposta. 

A pesquisa não fala no seu texto sobre transmissão sexual da hepatite C, nem sequer insinua. De onde ele tirou isso? Existe confusão em algumas colocações na Internet que falam em transmissão sexual, em geral porque confundem hepatite C com hepatite B, mas o jornalista deveria ter checado essa informação antes de a colocar em destaque num dos jornais de maior circulação no Brasil. 

Muitas famílias poderão ser destruídas, muitos relacionamentos poderão acabar e o estigma em relação aos infectados será muito maior. O Jornal "O Globo" deverá fazer, com o mesmo destaque, o esclarecimento necessário. Existe liberdade de imprensa, mas não é aceitável desinformar ou causar prejuízos por colocações irresponsáveis. 

Nem a Organização Mundial da Saúde, nem o Ministério da Saúde consideram a hepatite C uma doença de transmissão sexual. 

O artigo do Jornal O Globo, digitalizado, é encontrado em http://www.hepato.com/risco_compartilhado.pdf 

Por favor, escrevam para todos os responsáveis do jornal e para o jornalista exigindo uma reparação explicando o erro. Vamos encher as caixas postais. Temos que conseguir a correta colocação do fato.

Seguem os contatos: 

Jornalista Duilo Victor - e-mail duilo.victor@oglobo.com.br

Editora Ciencia e Saúde - Ana Lucia Azevedo - e-mail ala@oglobo.com.br

Editoria País - Fernanda de Escóssia - e-mail fernanda.escossia@oglobo.com.br

Seção de Cartas dos Leitores - e-mail cartas@oglobo.com.br 

A integra da publicação para quem estiver interessado se encontra com o titulo "Integrating Phylodynamics and Epidemiology to Estimate Transmission Diversity in Viral Epidemics" em: 

http://www.ploscompbiol.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pcbi.1002876?__utma=261502610.8030156.1359715765.1359715765.1359715765.1&__utmb=261502610.2.10.1359715765&__utmc=261502610&__utmx=-&__utmz=261502610.1359715765.1.1.utmcsr=google|utmccn=(organic)|utmcmd=organic|utmctr=(not%20provided)&__utmv=-&__utmk=61979439